Josias de Souza

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Opinião

Antilulismo é um espaço vazio à espera de um líder que o ocupe

A paisagem nova exige uma lenta acomodação ótica. Só começa a existir depois de incontáveis olhares. A quantidade de pesquisas atestando o aumento da taxa de desaprovação do governo —uma puxando a outra, uma atropelando a outra— vai transformando o derretimento de Lula num hábito visual. A nova sondagem da Quaest, feita em oito estados, reforça a percepção de que o antilulismo será o pano de fundo de 2026.

A desaprovação de Lula ultrapassou a marca de 60% nos três maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas e Rio. Juntos, esses estados representam 62% do eleitorado nacional. Há mais: Lula já é reprovado por metade do eleitorado da Bahia e de Pernambuco. Há pior: num instante em que Lula serve ao país mais do mesmo, a maioria dos entrevistados cobra dele um governo diferente.

Em 2018, com Lula na cadeia, Bolsonaro chegou ao Planalto cavalgando o antipetismo e um conservadorismo neandertal. Em 2022, Lula subiu a rampa pela terceira vez impulsionado por uma frente ampla anti-bolsonaro. Na antessala de 2026, com Bolsonaro a caminho da prisão, o fator democrático ficou gasto. E o antilulismo consolida-se como um terreno baldio à espera de um líder conservador capaz de ocupá-lo.

Tarcísio de Freitas, primeiro na fila do conservadorismo, emerge da pesquisa Quaest como adversário competitivo. Vence Lula em São Paulo, em Goiás e no Paraná. Perde na Bahia e em Pernambuco. Empata em Minas, no Rio e no Rio Grande do Sul. Desconhecido, Tarcísio tem potencial para crescer. O que lhe falta é coragem para ocupar o terreno que baldio.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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