Lula dá declarações machistas como a bananeira dá bananas
Ler resumo da notícia

As mulheres representam 52% do eleitorado. Sem o voto delas, Lula não teria vencido Bolsonaro em 2022 por pequena margem. Se não tem consciência de gênero, o beneficiário da maioria dos votos femininos precisaria ter pelo menos gratidão. Mas Lula dá declarações machistas como a bananeira dá bananas. Aconteceu de novo nesta quarta-feira.
Lula insinuou ter nomeado Gleisi Hoffmann para chefiar a coordenação política do governo por critérios estéticos. Discursando no Planalto, dirigiu-se a Hugo Motta e Davi Alcolumbre. Disse aos presidentes da Câmara e do Senado que deseja mudar "a relação" com o Congresso. "Por isso coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais. É que eu não quero mais ter distância entre vocês."
Lula já havia declarado que é amante da democracia "porque os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres". Após constatar que a violência contra mulher aumenta depois de jogo de futebol, afirmou que, "se o cara é corintiano, tudo bem." Num tempo em que elas chefiam famílias, disse que mulher com formação e salário "não depende do pai para comprar batom e calcinha."
A pretexto de enaltecer a própria virilidade, Lula alardeou o seu "tesão de 20 anos" de idade. Chegou mesmo a invocar o testemunho de uma conhecida ativista: "Quem achar que o Lulinha está cansado, pergunte para a Janja. Ela é testemunha ocular." Por pouco não plagiou o "imbrochável" de Bolsonaro.
Pesquisa do Datafolha revelou no mês passado que a taxa de aprovação de Lula despencou 11 pontos percentuais em dois meses. Entre as mulheres, o tombo foi de 14 pontos. Não há marqueteiro que dê jeito.
Depreciar as mulheres uma vez é maledicência, duas vezes é imprudência, três vezes é reincidência, quatro vezes é indecência, mais de cinco vezes é delinquência. A retórica de Lula sobre as mulheres estacionou na década de 1950 do século passado. Seu machismo é estrutural, está entranhado no DNA.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.