Tarcísio vira o 'Plano D' da direita

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O pedágio que Tarcísio de Freitas paga a Bolsonaro para herdar seu espólio político começa a render dividendos. Pesquisa feita pelo Monitor do Debate Político revela que 42% dos bolsonaristas que compareceram à manifestação de domingo em Copacabana deseja que o governador de São Paulo dispute o Planalto caso o "mito" não possa concorrer. Tarcísio prevalece com folga sobre Michelle, Eduardo e Flávio Bolsonaro, que obtiveram, respectivamente, 21%, 16% e 6% das preferências.
No palanque, Tarcísio fez uma defesa protocolar da candidatura do criador inelegível. Discursando para uma plateia menor do que a dos atos pró-anistia do ano passado, o governador rimou "ovo caro" com "volta Bolsonaro". Cavalgando a carestia, esboçou sua própria plataforma nacional anti-Lula. Pode se tornar o Plano D da direita radical.
O Plano A de Bolsonaro era arrancar mais quatro anos das urnas de 2022. A maioria do eleitorado preferiu desembarcar da montanha russa. O Plano B era dar um golpe de Estado. O capitão não imaginava que dois dos três comandantes das "minhas Forças Armadas" o deixariam sem tropa. Preparou, então, em cima do joelho, um Plano C.
Consiste em bloquear o debate sobre alternativas conservadoras até o indeferimento de sua candidatura pelo TSE, em agosto de 2026. A dois meses da eleição presidencial, lançaria o nome de um familiar, preferencialmente o filho Eduardo Bolsonaro, como fez Lula com Fernando Haddad em 2018.
A estratégia começa a fazer água, pois o centrão parece mais interessados em Tarcísio do que no projeto de anistia. Os tecelões do grupo sinalizam para Bolsonaro que, a essa altura, a eleição de um herdeiro político seria a alternativa que lhe restou para obter um perdão presidencial capaz de abrir sua futura cela.
Falta combinar o Plano D com o resto do eleitorado, que inclui o conservadorismo não bolsonarista, e com o Supremo, que teria a palavra final sobre eventuais indultos oportunistas.
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