Bolsonaro vira réu a cinco dias do aniversário do golpe de 64
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Grande dia! O Brasil desce novamente aos livros de história de cabeça para baixo. A cinco dias do aniversário de 61 anos do golpe militar de 1964, Bolsonaro virou réu por tentar abolir o regime democrático por meio de um novo golpe de Estado. Um ex-presidente da República enroscado num atentado à democracia dessa magnitude por decisão unânime da Primeira Turma do Supremo já teria dimensão histórica.
O cheiro de historiografia é potencializado pelo fato de que descem ao banco dos réus junto com o capitão golpista cinco militares seduzidos pela sua sublevação falhada. São três generais (Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira), um almirante (Almir Garnier) e um tenente-coronel (Mauro Cid).
Como se fosse pouco, foram enfiados também pelo Supremo para dentro da ação penal aberta nesta quarta-feira, num mês em que a redemocratização brasileira completa 40 anos, duas ex-autoridades civis: o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem.
Do ponto de vista judicial, abriu-se no Supremo a perspectiva de punir o alto-comando da organização criminosa que acionou o que a ministra Cármen Lúcia chamou de "máquina de desmontar a democracia".
Do ponto de vista político, Bolsonaro, o chefe do golpe, ficou mais próximo da cadeia. E a direita brasileira ganhou razões adicionais para se qualificar. O regime democrático comporta todo tipo de ideologia. Mas, para que o Brasil volte a ser retratado de pé no verbete da enciclopédia, é preciso enviar para trás das grades todos os que se atreveram a se servir da democracia para dinamitá-la por dentro.
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