Ao hackear Paraguai, Lula imita grampo de Obama sobre Dilma
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A notícia de que o serviço de espionagem do Brasil hackeou computadores de autoridades do Paraguai produzirá uma crise diplomática. A revelação de que a bisbilhotagem ocorreu a partir de servidores virtuais operados por agentes da Abin desde o Chile e o Panamá dá à lambança uma dimensão regional.
Tramada na gestão Bolsonaro, a invasão hacker para capturar segredos no âmbito de uma negociação sobre o preço da energia de Itaipu ocorreu sob gestão petista. Mal comparando, o Brasil de Lula tratou o Paraguai de modo como Dilma Rousseff foi tratada pelos Estados Unidos durante a gestão de Barack Obama.
Graças a uma denúncia de Edward Snowden, funcionário terceirizado da NSA, a agência americana de segurança, o mundo tomou conhecimento em 2013 que um grampo planetário abastecia a Casa Branca de Informações. As comunicações de Dilma foram interceptadas por um ramal brasiliense da escuta.
O constrangimento aumenta porque a Polícia Federal chegou à espionagem de Lula investigando uma ilegalidade de Bolsonaro. A diferença é que a Abin do capitão usava equipamento comprado com dinheiro do contribuinte para espionar brasileiros. A bisbilhotagem de Lula alcançou autoridades do Legislativo e da Presidência do Paraguai.
Espionagem internacional é parte do jogo. Os Estados Unidos continuam grampeando o mundo. A China faz o mesmo. Com menos recursos, países europeus defendem-se como podem. Sem satélite próprio, com orçamento mixuruca e equipamentos de terceiros, o Brasil contenta-se com a espionagem paraguaia. Não consegue guardar segredo.