Trump encolheu antes que sua América idílica ficasse grande
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A América ainda não ficou grande. Mas Trump ficou menor. Encolheu nas ruas e nas penthouses. Por isso, deu um passo atrás, moderando sua mania de grandeza e a intensidade do seu tarifaço.
Pesquisa Reuters-Ipsos revela que, em menos de 100 dias, Trump 2 coleciona uma desaprovação de 53%. Mais de sete em cada dez americanos (75%) acham que as tarifas produzirão carestia.
Apoiadores bilionários, a começar por Elon Musk, queixaram-se dos prejuízos que amargaram nos seus negócios desde a proclamação do "Dia da Libertação", há uma semana. Aprisionada numa conjuntura de incertezas, Wall Street operava no modo derretimento. Investidores torraram estoques de títulos do Tesouro americano.
O cheiro de queimado fez Trump piscar. O imperador laranja disparou mais um tiro contra a China, mas deu um "kiss" no traseiro do camarada vermelho: "Xi Jinping é uma das pessoas mais inteligentes do mundo", disse Trump, estimando que logo chegará a um acordo com Pequim.
Trump parece não ignorar que a nova tarifa tóxica de 125% que impôs à China anula o efeito doméstico da suspensão por 90 dias da taxação dos outros países, uniformizadas em 10%. A bomba inflacionária não foi desativada.
Os investidores agarraram-se à pausa de Trump como náufragos que confundem jacaré com tronco. Assim como subiram, as ações nas bolsas podem tombar a qualquer momento diante de uma nova ação errática de Trump. No momento, o único empreendimento que prospera nos Estados Unidos é a indústria de insegurança e instabilidade instalada na Casa Branca.
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