Josias de Souza

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Opinião

Caso do golpe ganha o ritmo de uma linha de montagem no STF

Menos de um mês depois de colocar Bolsonaro e outros sete acusados do "núcleo crucial" da trama golpista no banco dos réus, a Primeira Turma do Supremo decidiu que outros seis acusados responderão a processo criminal. A decisão foi unânime.

O julgamento da denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado ganhou um ritmo de linha de montagem. Estima-se no Supremo que os 33 denunciados pela Procuradoria-Geral da República estarão acomodados dentro de ações penais até o final de maio. Avalia-se que Bolsonaro, acusado de liderar a organização criminosa, deve ser sentenciado até setembro.

Programado para durar até quarta-feira, o julgamento do segundo núcleo da denúncia da Procuradoria-geral da República foi encerrado nesta terça. O caso ganhou um ritmo de linha de montagem.

Foram espremidos no banco dos réus ao lado de Bolsonaro e dos seus generais mais íntimos —Braga Netto e Augusto Heleno— mais um fardado quatro estrelas, o general Mário Fernandes, e asteroides como o ex-assessor presidencial Filipe Martins e o ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.

Os ministros sinalizaram que, se passar no Congresso, a anistia deve ser barrada no Supremo. O relator Alexandre de Moraes construiu uma analogia doméstica: "Se um grupo armado, organizado, ingressasse na sua casa, destruísse tudo, com a finalidade de fazer seu vizinho comandar sua casa, você pediria anistia para essas pessoas?". Carmen Lúcia ecoou o colega: "Não há o que perdoar. Sabiam o que estavam fazendo."

Na véspera, em entrevista concedida no leito hospitalar, Bolsonaro reencenou a pose de vítima: "Estou enfrentando julgamento político e não técnico". A cada nova declaração soa mais indefensável. Precisa desesperadamente de uma boa defesa técnica. É um tipo de socorro que não está disponível num quarto de UTI.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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