Acordão antianistia é xeque-mate da nata do centrão em Bolsonaro

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Bolsonaro não fuma a democracia, não bebe o Estado Democrático de Direito e não cheira a anistia em causa própria, só mente um pouco. Na sua lorota mais reincidente, Bolsonaro jura que todas as suas preocupações estão voltadas para os "pobres coitados" do 8 de janeiro.
Ao costurar com Lula e com a cúpula do Supremo um acordão antianistia, os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Morra e Davi Alcolumbre, aplicam em Bolsonaro algo muito parecido com um xeque-mate. Fazem isso com o aval de tecelões do centrão
Pelo acerto, o Congresso aprovará um projeto para reduzir as penas leoninas dos condenados do 8 de janeiro, sem atenuar as prováveis punições de Bolsonaro e dos seus cúmplices do alto-comando do golpe.
Se tudo correr como foi planejado, alguns dos peixes pequenos presos e sentenciados por conta do quebra-quebra de Brasília podem ser libertados pelo Supremo sem que seja necessário perdoá-los. Outros podem progredir de regime prisional, passando da tranca para o semi-aberto. Ou para a prisão domiciliar.
Com isso, o projeto de anistia empinado por Bolsonaro em causa própria iria pelos ares. E a falange legislativa do bolsonarista seria constrangida a aprovar o projeto que favorece a arraia-miúda do 8 de janeiro sem fazer concessões ao "mito" e aos seus cúmplices fardados e paisanos.
Nessa partida de xadrez, o centrão entrega a rainha de Bolsonaro aos seus algozes no pressuposto de que o capitão será convencido de que sua melhor jogada seria apostar num indulto. Tenta-se apressar o apoio do capitão a um Plano B da direita, no pressuposto de que, prevalecendo em 2026, seu apadrinhado —ou afilhada— providenciaria a abertura da cela. Falta combinar com a bola de cristal.
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