Lula instala gambiarra no INSS

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A ministra Gleisi Hoffmann disse que Lula mantém Carlos Lupi na Esplanada porque "não há nada" que desabone o ministro da Previdência nas investigações sobre o assalto bilionário contra os aposentados. Paradoxalmente, Gleisi informou que Lupi não interferirá na seleção do novo presidente do INSS, pois Lula decidiu escolher pessoalmente o substituto de Alessandro Stefanutto, demitido na semana passada.
Para cada problema complexo, há sempre uma solução simples e errada. No português das ruas, Lula instalou uma gambiarra na pasta da Previdência. O arranjo é desmoralizante e arriscado.
Desmoraliza porque a intervenção de Lula faz de Lupi um caso raro de ex-ministro no exercício do cargo. A coisa é arriscada porque toda crise tem um preço. E a história mostra que os presidentes que tentam pechinchar acabam aumentando o tamanho do prejuízo.
Lula não é um debutante em escândalos. Sabe que grandes crises, quando mal administradas, passam a influenciar o rumo do governo. Na Presidência de um ex-sindicalista, não há agenda positiva capaz de sobreviver a um assalto de entidades sindicais ao bolso de aposentados humildes.
Lupi entrou em processo de autocombustão ao admitir que foi informado sobre as fraudes quando chegou à Esplanada, em 2023. Nesta semana, de passagem pela Câmara, o ministro repetiu: "A gente sempre soube, não vamos fingir." Quer dizer: Foi omisso ou cúmplice. Em qualquer hipótese, deveria estar desempregado neste Dia do Trabalhador.
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