PDT esquece as culpas de Lupi e sonega desculpas a aposentados
Em retaliação ao expurgo de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, a bancada de 17 deputados federais do PDT decidiu deixar o bloco de apoio a Lula na Câmara. O gesto é disparatado, ofensivo e cenográfico.
O disparate decorre do fato de que a pose de vítima do PDT destoa da lambança promovida na pasta da Previdência por seu cacique. Sob o nariz de Lupi, foram assaltados mais de R$ 6 bilhões dos aposentados.
Ao ignorar as culpas do seu dono, o partido ofende as vítimas do assalto, às quais deve um pedido de desculpas. Os valentes do PDT exageram no jogo de cena ao esclarecer que não cogitam fazer oposição a Lula. Declaram-se "independentes".
Lula colocou no lugar de Lupi o número 2 na hierarquia da Previdência, Wolney Queiroz, um ex-deputado do PDT. De resto, os três senadores da legenda divulgaram nota para informar que continuam embarcados no governismo.
Quando o escândalo veio à tona, na semana passada, Lupi defendeu o presidente do INSS, já afastado pela Justiça. É "extremamente qualificado", disse. Depois, alegou que não se julgava "responsável institucionalmente" pelo INSS.
Sustentou que a fraude se multiplicou sob sua gestão porque a Previdência "não é um botequim da esquina em que você pode enxergar tudo o que está acontecendo". Dias depois, admitiu ter sido alertado para a fraude em 2023. Mas negou a omissão.
Existe um remédio eficientíssimo contra todas as culpas: reconhecê-las. A bancada federal do PDT optou por ignorar a realidade. O diabo é que a realidade não costuma levar em conta quem a ignora. O inquérito da Polícia Federal está apenas no começo.
Opinião
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