Após destravar fintechs, Campos Neto vai trabalhar em uma delas

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Em 1º de julho, ao final de uma quarentena de seis meses, Roberto Campos Neto cruzará a porta giratória que liga Brasília ao mercado financeiro. Na presidência do Banco Central, baixou normas que destravaram o mercado de fintechs. Na iniciativa privada, vai trabalhar na mais vistosa delas, o Nubank.
Em Brasília, Campos Neto impulsionou a inovação tecnológica. Implantou o Pix, desenvolvido na gestão do antecessor Ilan Goldfajn. Deflagrou o Open Finance (sistema financeiro aberto) e o Drex (o real digital). Como vice-presidente do Nubank, ele se diz "ansioso" para liderar o desenvolvimento de "produtos e serviços inovadores".
Ninguém rogaria uma praga para que Campos Neto ficasse desocupado ou que fosse trabalhar num lugar onde ganhasse menos do que no serviço público. Mas não se imaginou que migraria tão rapidamente de uma vidraça para outra. Seus adversários colecionam dados que possam ser transformados em pedras.
Campos Neto saiu do Santander, uma casa bancária tradicional, para presidir o Banco Central, instituição que o avô Roberto Campos ajudou a criar em 1964. Retorna ao mercado num banco digital. Entrou para o clube dos ex-dirigentes do BC que ignoram uma implicância de Raúl Prebisch, um economista de outro século. Criador e primeiro diretor-geral do Banco Central da Argentina, Raúl dizia que conhecia demais os bancos para trabalhar num deles.
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