Plano do governo não estanca a sangria de Lula no caso do INSS
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O governo divulgou nesta quinta-feira um plano para ressarcir os aposentados que foram assaltados por entidades sindicais. Nele, a única coisa que é previsível é que nada é previsível. A sangria política que o escândalo impõe a Lula não foi estancada. Ao contrário, tende a aumentar na proporção direta da elevação do sofrimento das vítimas.
Pela estimativa oficial, 9 milhões de aposentados tiveram pedaços de seus benefícios mordidos por entidades sindicais. Em uma semana, os nomes e os valores serão expostos no aplicativo "Meu INSS". Velhinhos humildes, a maioria analfabetos digitais, terão que se conectar à internet para informar se autorizaram os descontos. Os desconectados podem tentar a sorte no telefone 135.
Na sequência, o INSS dará às entidades larápias um prazo de 15 dias para provar que dispõem de autorizações para se apropriar de descontos que o próprio INSS autorizou. Confirmada a fraude, os ladrões terão outros 15 dias para ressarcir o roubo. Do contrário, a Advocacia-Geral da União será acionada para buscar a reparação no Judiciário. Vai-se descobrir, então, que o roubo mora perto. Mas a Justiça reside a muitos quilômetros de distância.
Embora a Polícia Federal indique que o assalto vem desde 2019, a devolução se aplica apenas à fraude praticada a partir de março de 2020. Valores roubados antes dessa data se perderam nos desvãos da prescrição. De concreto, por enquanto, apenas a percepção de que a Previdência Social das vítimas se converteu numa nova modalidade de Providência Divina.
Beneficiado pela balbúrdia governamental, o ladrão fez a ocasião. Desamparado, o aposentado ficou nas mãos de Deus. A reparação, se vier, pode chegar depois da morte. Cadáver não vota. Mas centenas de milhares de amigos e familiares irão às urnas em 2026. O custo eleitoral da inépcia será alto. De resto, a corrupção entrou na pauta da próxima sucessão presidencial.
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