Josias de Souza

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Opinião

Planalto teme que INSS aniquile esforço por popularidade de Lula

Há no Planalto o receio de que o escândalo das aposentadorias reduza para um nível abaixo da estaca zero o esforço para tirar a popularidade de Lula do vermelho. O grosso das vítimas pertence a famílias pobres. Muitas têm na aposentadoria dos seus idosos um fator de estabilidade doméstica.

O assalto bilionário contra os aposentados tem tudo para vir a ser um ingrediente tóxico na campanha presidencial do ano que vem. Pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira revela que o INSS ficou radioativo nas redes sociais.

A fraude que colocou entidades sindicais dentro da folha das aposentadorias teve 2,6 vezes mais repercussão do que a crise do Pix. O assunto também reverberou mais do que a internação hospitalar de Bolsonaro e a anistia.

Foram analisadas 3,6 milhões de mensagens no WhatsApp, Telegram e Discord. Metade tinha um teor crítico. A maioria ecoava notícias (47%), das quais apenas 3% apresentavam conteúdo positivo para o governo.

O escândalo teve três picos de repercussão desde que explodiu nas redes. A maior onda, provocada por um vídeo viral do deputado Nikolas Ferreira, foi surfada pela oposição. O governo levou nova surra virtual.

Segundo a Polícia Federal, R$ 6,3 bilhões de reais foram descontados de aposentados por entidades sindicais entre 2019 e 2024. Os descontos saltaram de R$ 706 milhões em 2022 para R$ 2,6 bilhões em 2024. Embora o escândalo tenha despolarizado a corrupção, é mais prejudicial para quem se diz candidato à reeleição do que para quem espera na fila do Supremo por uma ordem de prisão.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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