Após fornecer corda, brigadeiro ajeita nó na goela de Bolsonaro

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No depoimento à Polícia Federal, em março do ano passado, o brigadeiro Baptista Júnior tinha fornecido a corda. No testemunho à Primeira Turma do Supremo, nesta quarta-feira, ajeitou o nó na goela de Bolsonaro. Mal começou o devido processo legal e já se pode antever o enforcamento. Falta definir a data da abertura do alçapão.
O ex-comandante da Aeronáutica reiterou que Bolsonaro discutiu minuta golpista com os chefes militares. Repetiu que se negou a endossar a virada de mesa. Confirmou que o general Freire Gomes, do Exército, disse a Bolsonaro que teria que prendê-lo se insistisse no plano. Voltou a dizer que o almirante Almir Garnier colocou as tropas da Marinha "à disposição" do capitão.
Mantendo-se rigorosamente fiel ao que dissera na PF, Baptista Júnior deixou mal Freire Gomes, que prestara depoimento no Supremo 48 horas antes. Em essência, ambos confirmaram o essencial. Mas o general soou menos enfático, negou ter dado voz de prisão a Bolsonaro e tentou atenuar o golpismo do amigo Garnier.
A solidez das palavras do brigadeiro compensou a flacidez do depoimento do general. Virou pó a alegação de Bolsonaro de que apenas debateu com as Forças Armadas instrumentos constitucionais como estado de sítio ou de defesa.
Presidente derrotado que trama revogar a vitória legítima do rival não sabe o que é Constituição, não entende de corda ou detesta o próprio pescoço. A ação penal ainda não saiu do prefácio. Mas tudo virou um grande epílogo para Bolsonaro.
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