Para ser fiel a si mesmo, Baptista Jr. teria que negar Freire Gomes

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Um dilema marca o depoimento do brigadeiro Baptista Júnior como testemunha de acusação no caso da tentativa de golpe. Para se manter fiel a si mesmo, o ex-chefe da Aeronáutica terá que negar no Supremo, nesta quarta-feira, o que foi dito há 48 horas pelo general Freire Gomes, ex-comandante do Exército.
Dois pontos são cruciais. Num, o brigadeiro sustentou na PF que o general ameaçou prender Bolsonaro caso ele implementasse seu plano golpista. Noutro, declarou que o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, colocou "suas tropas à disposição de Bolsonaro".
Freire Gomes negou no Supremo que tenha dado voz de prisão a Bolsonaro. Alega que apenas sinalizou que ele poderia ser "enquadrado judicialmente" caso violasse a lei. Sobre a adesão do chefe da Marinha, afirmou que Garnier "apenas demonstrou um respeito ao comandante em chefe das Forças Armadas".
Mesmo após levar um sabão de Alexandre de Moraes —"Ou falseou a verdade na Polícia Federal ou está falseando a verdade aqui"— Freire Gomes continuou soando como se desejasse salvar o amigo Garnier da guilhotina: "Ele disse que estava com o presidente, a intenção do que ele quis dizer com isso não me cabe".
Baptista Júnior e Freire Gomes testemunharam as mesmas conversas golpistas de Bolsonaro. A menos que um deles apresente um atestado provando que sofre de amnésia, pode-se intuir que alguém está torturando a verdade.
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