Josias de Souza

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Opinião

Fernando Haddad paga quatro micos em menos de 24 horas

Num intervalo de menos de 24 horas, Fernando Haddad pagou quatro micos. Ao combinar o congelamento de despesas de R$ 31 bilhões com um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras, forneceu material a reativação do apelido Taxad.

Numa bola dividida desnecessária, desmentiu seu número dois Dario Durigan ao negar que tivesse discutido as medidas com o chefe do Banco Central. A conversa com Gabriel Galípolo de fato aconteceu, na terça-feira. Foi tensa.

Haddad voava para São Paulo quando o mercado financeiro, mesmo fechado, ferveu. Rui Costa convocou reunião emergencial para revogar parte do decreto de Haddad. Desistiu-se de elevar em 3,5% o IOF sobre fundos de investimento no exterior.

Ouvido, Galípolo apoiou o recuo. Apenas seis horas depois do anúncio, a meia-volta foi enfiada às pressas pela equipe da Fazenda numa postagem na rede X, às 23h31. Na manhã desta sexta-feira, pagando o quarto mico, Haddad voltou à boca do palco para atribuir o recuo a uma "necessidade técnica".

Uma urucubaca assombra os anúncios da pasta da Fazenda desde o ano passado. Ou Haddad manda benzer o seu ministério ou altera a rotina da pasta. Todo anúncio importante passaria a ser feito às sextas-feiras, numa encruzilhada, com a presença de um caboclo tranca-ruas.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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