Tarcísio dá pseudônimo aos bois

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A direita nacional ainda não definiu um nome para disputar a Presidência. Mas Tarcísio de Freitas deu pseudônimo aos bois. Proclamou na noite de quinta-feira que PL, PP, União Brasil, PSD, Republicanos e Podemos estarão juntos em 2026, numa frente ampla anti-Lula.
"Se alguém duvida que esse grupo estará unido no ano que vem, eu digo para vocês: esse grupo estará unido", alardeou Tarcísio. "Esse grupo tem um projeto para o Brasil, vai fazer a diferença, sabe o caminho."
O governador discursava no ato de filiação do seu secretário de Segurança Guilherme Derrite ao PP. Foi aplaudido pelos presidentes PL, PP, União, PSD e Podemos. Sem citar Lula, espinafrou-lhe o governo. "Tem muita gente perdida. Decisões são tomadas de forma casuística e irresponsável."
Música para os oligarcas do centrão, a voz de Tarcísio pode soar como zumbido no ouvido de Bolsonaro. É como se a criatura entoasse Raul Seixas para o criador: "Eu sou a mosca que pousou na sua sopa. Eu sou a mosca que perturba o seu sono. E não adianta vir me dedetizar".
Ciro Nogueira, patriarca-chefe do PP, cuidou de matizar a partitura. Disse que o Brasil pode "chamar Tarcísio de presidente muito em breve. Agora ou em 2030." Valdemar Costa Neto, dono do PL, disse que "Bolsonaro é quem vaio decidir quem será o candidato. Por quê? Porque ele é o dono dos votos."
Ou seja: A mosca e a sopa são a mesma coisa. Tarcísio discursa como sujeito, mas é objeto de Bolsonaro. Parece que está boiando no caldo do bolsonarismo. Mas está mergulhado nele. Tarcísio é parte do caldo. Para encorpar o seu projeto, precisa afinar para Bolsonaro, assumindo um compromisso com o indulto.
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