No Gênesis de Lula, Deus fez a seca para que ele irrigasse o sertão

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Durante um comício disfarçado de cerimônia oficial, Lula teve um surto messiânico. Deu-se em Cachoeira dos Índios, no sertão da Paraíba, durante inauguração de uma obra vinculada à transposição do rio São Francisco.
Discursando para uma plateia amiga, Lula deu "graças a Deus" por ter descoberto por que a transposição demorou 179 anos para sair do papel. "Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu ia ser presidente da República e ia trazer a água pra cá", declarou, sob aplausos.
É cada vez mais frequente na retórica de Lula a insinuação de que sua trajetória é impulsionada por intervenções divinas. Pela primeira vez, o orador colocou-se, por contraste, acima da bondade celestial. Deus fez o mundo em sete dias. Mas no novo Gênesis, Ele deixou o sertanejo com sede de propósito, para que Lula providenciasse a água.
Lula talvez devesse considerar a hipótese de deixar Deus fora dos seus palanques. O messianismo em benefício próprio costuma conduzir à urucubaca. O antecessor entoava a cantilena do "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Hoje, sentado no banco dos réus, suspeita que seu destino tenha sido terceirizado ao demônio. Ou ao Alexandre de Moraes, que muitos suspeitam ser a mesma pessoa.
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