Lula e Milei estreitam inimizade por agenda mínima no Mercosul

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Lula inicia nesta quarta-feira sua primeira visita a Buenos Aires desde que Javier Milei virou presidente da Argentina. Participa da Cúpula do Mercosul. Termina na quinta, quando Milei transferirá para Lula a presidência rotativa do bloco, que inclui também Paraguai, Uruguai e a recém-chegada Bolívia.
Embora não se suportem, Lula e Milei estreitaram a inimizade em torno de uma agenda enxuta. É mínima como um alfinete. A cabeça do alfinete é um acordo para suavizar a TEC, Taxa Externa Comum, na importação de produtos de fora do Mercosul.
Hoje, a lista de exceções tarifárias inclui 100 produtos. Será ampliada para 150. A flexibilização interessa particularmente à Argentina, que negocia com o governo Trump a ampliação dos negócios com os Estados Unidos.
Em campanha, Milei xingou Lula. Chamou-o, por exemplo, de "corrupto" e "dinossauro idiota". Empossado, não repetiu as ofensas. Tampouco pediu desculpas. Mantém com o Brasil relações glaciais.
Lula não fez questão de um encontro bilateral com Milei. Mas, se a Justiça autorizar, cogita visitar Cristina Kirchner, condenada por corrupção e detida em prisão domiciliar. Não perde a oportunidade de oferecer material para que seus rivais reativem no Brasil o antipetismo, transformando-o em força política para 2026.
Na viagem de volta, Lula talvez peça para tocar no jato presidencial, em homenagem a Milei, o tango "Balada para um Loco", de Horacio Ferrer e Astor Piazzolla. O refrão é singelo: "Loco/Loco/Loco!"
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