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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Polícia Militar prende braço direito de André do Rap, do PCC, no Guarujá

Documento falso apreendido com Gordinho - Divulgação
Documento falso apreendido com Gordinho Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

13/02/2021 13h31

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A Polícia Militar prendeu nesta sexta-feira (12) no Guarujá (SP) Wellington Araújo de Jesus, 37 anos, o Gordinho, braço direito do narcotraficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos criminosos mais procurados do País.

Gordinho foi condenado na Justiça Federal com André do Rap e outros réus na Operação Oversea, deflagrada pela Polícia Federal em 2014, sob a acusação de tentar enviar 224 kg de cocaína para Antuérpia, na Bélgica, pelo porto de Santos. A droga foi apreendida.

A Justiça Federal condenou Gordinho a 5 anos de prisão, em dezembro de 2014, apenas pelo crime de tráfico de drogas. Ele foi absolvido da acusação de tráfico internacional.

O Ministério Público federal recorreu da decisão, e o desembargador Nino Toldo, da Justiça Federal, aumentou a pena de Gordinho para 10 anos e dois meses, em 25 de julho de 2019, pelo crime de tráfico de drogas.

Policiais militares faziam patrulhamento na rua Deputado Emílio Carlos, no Guarujá, quando avistaram um casal em uma motoneta Honda Biz.

Os PMs acompanharam o veículo e abordaram o casal na rua Buenos Aires, altura do número 257. Gordinho apresentou documento falso em nome de André Luís Santos dos Santos (sic).

Ao ser interrogado no local pelos PMs, acabou revelando seu nome verdadeiro e até forneceu o número de sua matrícula no sistema prisional paulista.

Vários réus foram condenados em diversos processos desmembrados em relação à Operação Oversea. A quadrilha tinha várias células. Contra Gordinho havia um mandado de prisão da Justiça federal.

Gordinho era braço direito de André do Rap, que foi condenado a 15 anos. Segundo a PF, Gordinho também era o responsável por colocar as drogas nos navios no porto de Santos. Escutas telefônicas interceptaram conversas de ambos tratando de negócios do narcotráfico.

Alguns desses réus foram soltos, mesmo condenados, graças a um habeas corpus concedido pela Justiça. André do Rap deixou a prisão em outubro do ano passado, beneficiado por habeas corpus expedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Horas depois, o STF cassou a liberdade de André do Rap, mas ele já havia fugido. O comparsa dele, Moacir Levi, o Bi da Baixada, condenado a 29 anos na Operação Oversea, foi solto por Mello em 18 de outubro de 2019. Ele estava preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).

Em julho do ano passado, o Tribunal de Justiça beneficiou com prisão domiciliar outro integrante do bando. Suaélio Martins Lleda, condenado a 41 anos, estava preso na Penitenciária 1 de Mirandópolis (SP). Horas depois, o TJ também suspendeu o habeas corpus, mas a fuga já estava consumada.

Já o narcotraficante Anderson Lacerda Pereira, da célula de Mogi das Cruzes, um dos chefes da quadrilha de narcotraficante, também foi condenado na Operação Oversea, a 7 anos, mas encontra-se foragido.

Ouvido pelo UOL, o advogado de Gordinho, Rafael Fortes Almeida, disse que não concorda com o aumento da pena de seu cliente no Tribunal Regional Federal e está recorrendo da decisão.

Almeida afirmou ainda que vai provar a inocência do cliente também pela nova acusação de uso de documento falso, já que ao ser preso, Wellington Araújo de Jesus apresentou carteira de habilitação com nome de outra pessoa.