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Josmar Jozino

REPORTAGEM

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Suspeito por roubo em Araçatuba é morto por PMs em bunker do PCC em SP

Colunista do UOL

07/10/2021 19h33

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Suspeito de integrar a quadrilha que levou pânico à cidade de Araçatuba (SP), no dia 30 de agosto deste ano, durante explosão a agências bancárias, Rogério Meneses de Paula, 51, morreu no início da tarde de ontem em uma operação da Polícia Militar na zona de sul de São Paulo. Os policiais militares afirmam que Rogério morreu a tiros em um confronto. Outro homem, ainda sem identificação, também foi morto durante a ação policial.

O irmão de Rogério, Anderson Meneses de Paula, 33, foi preso no último dia 4 em Ponta Porã (MS), cidade gêmea de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, onde é chamado de "justiceiro da fronteira" e investigado por uma série de assassinatos de inimigos do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Policiais militares do 5º Baep (Batalhão de Ações Especiais) receberam a informação de que uma casa na avenida Paiol, em Parelheiros, perto do Rodoanel, servia de esconderijo dos ladrões que participaram do ataque em Araçatuba.

Os PMs entraram no imóvel e afirmam que foram recebidos a tiros. Além de Rogério, outro homem ainda não identificado também foi morto. Ambos cuidavam da vigilância do local.

Bunker do PCC

Na casa, os policiais encontraram um bunker, em meio a uma parede falsa em um dos cômodos. Foram apreendidos carregadores de diversos tipos de armas, granadas, munição de metralhadora calibre 50, fuzis calibres 7,62 e 5,56, pistola calibre 40, coletes à prova de bala e uniformes falsos da Polícia Civil.

Vizinhos contaram aos policiais que estranharam a intensa movimentação na residência nas últimas semanas. Segundo moradores, o local era frequentado por homens que chegavam em carros de luxo.

Policiais federais e policiais civis de Araçatuba também foram ao local à procura de provas que possam identificar os responsáveis pelo ataque na cidade. A ação deixou dois inocentes mortos e também três ladrões e foi considerada uma das mais violentas registradas nos últimos anos no estado de São Paulo.

Agentes federais investigam se Anderson Meneses de Paula, conhecido como Tuca, participou do ataque. Contra ele havia um mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Federal de Ponta Porã.

Tuca foi preso em flagrante com um grupo de brasileiros e paraguaios apontados como integrantes do PCC. Na audiência de custódia, ele alegou que estava em Ponta Porã com a mulher havia 15 dias, porque ela iria fazer uma cirurgia plástica na cidade, por um preço inferior ao cobrado em São Paulo.

A versão dele, no entanto, não convenceu os federais. Os agentes já o investigavam desde a prisão de Giovanni Barbosa da Silva, 29, o Koringa, em janeiro deste ano, em Pedro Juan Caballero.

Koringa, antes de ser capturado, era considerado o chefe do PCC no Paraguai. A Polícia Federal acredita que Tuca viajou para Ponta Porã com o objetivo de assumir o lugar de Koringa no comando da facção paulista e coordenar o tráfico de drogas e armas na região.

O UOL não conseguiu contato dos advogados de Tuca nem do defensor do irmão dele.