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Acusado de mandar matar Cara Preta, do PCC, é preso em hotel de luxo na BA
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O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 36, foi preso em um hotel de luxo em Itacaré, litoral sul da Bahia, na manhã de hoje. Ele será trazido para São Paulo e deverá permanecer em uma prisão sem integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), porque é ameaçado de morte pela facção criminosa.
Vinícius era monitorado pela Polícia Civil de São Paulo desde a última terça-feira (31), quando ele e o agente penitenciário David Moreira da Silva, 38, tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Jair Antônio Pena Júnior, da 1ª Vara do Júri da Capital.
Ambos foram denunciados à Justiça no último dia 26 pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) pelos assassinatos de Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue. David continua foragido.
As vítimas foram mortas a tiros em 27 de dezembro de 2021, na zona leste da capital paulista. Noé Alves Schaum, 42, apontado como o executor do crime, foi assassinado em 16 de janeiro de 2022, no mesmo bairro.
Segundo o MP-SP, Cara Preta era um integrante influente do PCC e envolvido com o tráfico internacional de drogas e outros delitos. Já Sem Sangue era o motorista e braço direito dele.
A defesa de Vinícius diz temer pela vida do cliente e afirma que se ele ficar segregado irá morrer na prisão, pois é ameaçado de morte por integrantes do PCC. Os advogados do empresário alegam que o estado tem o dever de proteger o cidadão e não mandá-lo para a morte.
Os defensores de Vinícius disseram à coluna que os verdadeiros culpados pelas mortes de Cara Preto e Sem Sangue foram arrolados como testemunhas de acusação do empresário. E acrescentaram que vão entrar na Justiça com habeas corpus pedindo a revogação da prisão dele.
Na denúncia oferecida contra os dois acusados, o MP-SP diz que Vinícius trabalhava com imóveis e operações com bitcoins e, após conhecer Cara Preta, passou a realizar negócios com ele e fazer investimentos para a vítima.
De acordo com o MP-SP, Cara Preta suspeitou que o empresário estava subtraindo parte dos valores investidos por ele e começou a cobrá-lo e a exigir a prestação de contas das operações realizadas e também a devolução do dinheiro.
O MP-SP sustenta ainda que Vinícius, para não devolver os valores subtraídos e não revelar as irregularidades praticadas, resolveu matar Cara Preta. O empresário, sempre segundo o MP-SP, entrou em contato com David e ofereceu dinheiro para ele pelo planejamento e execução do crime.
Ainda de acordo com a denúncia, David então procurou Noé e o contratou para matar Cara Preta. Noé aceitou a proposta. Porém, também acabou assassinado pelo "tribunal do crime" do PCC, e teve a cabeça decepada, em represália aos homicídios dos dois integrantes da facção criminosa.
Para o MP-SP, tanto Vinícius quanto o agente penitenciário podem destruir provas, coagir testemunhas e até mesmo fugir e, por isso, devem permanecer presos preventivamente.
O que dizem as defesas dos acusados
Vinícius nega envolvimento nos assassinatos de Cara Preta e Sem Sangue e diz ser vítima também. Os advogados dele afirmam que o cliente é inocente de todas as acusações e que isso será devidamente comprovado durante o curso processual.
Os defensores ressaltam que não há motivo concreto que justifique a necessidade de prisão preventiva do cliente, porque ele permaneceu em sua residência desde março do ano passado, quando teve a prisão temporária revogada por determinação judicial.
Os advogados de Vinícius alegam também que ele sempre colaborou e vem colaborando com a Justiça, entregou o passaporte às autoridades, não destruiu provas nem coagiu testemunhas.
A defesa argumenta ainda que Vinícius tem ocupação lícita, empresa constituída, escritório e residência em endereços fixos e conhecidos, é pai de família, tem dois filhos e, por tudo isso, pede que seja negada a prisão do cliente.
O advogado Rodrigo Fonseca, defensor de David, disse que o cliente é inocente de todas as acusações, teve a prisão temporária revogada em março de 2022 e sempre colaborou com a polícia e Justiça, tendo inclusive prestado depoimentos cinco vezes.
O defensor diz ainda que o cliente não se entregará até ser impetrado um habeas corpus em favor dele. Acrescentou também que David é primário, tem endereço e trabalho fixos e que jamais iria fugir nem tampouco coagir testemunhas ou destruir provas.
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