Gritzbach: Suspeito de dar carona ao olheiro até o RJ foi para lá de ônibus
A Polícia Civil de São Paulo afirma que Matheus Soares de Brito, 19, um dos suspeitos de envolvimento no assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, deu carona de carro até a cidade do Rio de Janeiro para um outro suspeito, Kauê do Amaral Coelho, 23.
Matheus fez a viagem. Porém, de ônibus. Parentes juraram que ele não tem CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
A reportagem teve acesso a dois relatórios de consultas de bilhetes fornecidos pela companhia rodoviária Expresso do Sul aos familiares de Matheus Soares. A documentação mostra que ele viajou duas vezes para o Rio de Janeiro.
Em 12 de novembro, quatro dias após a morte de Gritzbach, assassinado a tiros no aeroporto internacional de Guarulhos, Matheus Soares embarcou às 12h30 no Terminal Rodoviário do Tietê, com destino à Rodoviário Novo Rio. Ele viajou na poltrona 39 e pagou R$ 119 pela passagem.
A segunda viagem aconteceu em 16 de novembro. O passageiro embarcou no terminal Tietê às 18h05 em um ônibus do Expresso do Sul. Dessa vez ficou no assento 31. O bilhete, no entanto, custou mais caro. Ele desembolsou R$ 124,90.
Policiais militares prenderam Matheus Soares no último dia 7. Algumas horas após a prisão, policiais da força-tarefa criada para investigar o assassinato de Gritzbach disseram em entrevista no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) que ele havia dado carona para Kauê até o Rio.
Kauê está foragido e com prisão temporária de 30 dias decretada pela justiça. O DHPP diz que ele atuou como olheiro dos assassinos de Gritzbach, ficou no saguão do terminal 2 do aeroporto e avisou aos comparsas o exato momento em que a vítima saía em direção à faixa de pedestres.
Gritzbach foi morto com 10 tiros de fuzis disparados por dois atiradores. Os criminosos fugiram em Gol preto e abandonaram o carro nas imediações do aeroporto. Kauê utilizou um Audi preto para resgatar os assassinos e, segundo versão do DHPP, depois fugiu de carona com Matheus Soares para o Rio.
O Departamento de Homicídios apurou que Kauê e Matheus Soares tiveram os sinais de telefones celulares captados por ERBs (Estações Rádio Base) a um quilômetro de distância um do outro no Rio de Janeiro para onde o olheiro fugiu após o crime, entre os dias 11 e 20 de novembro.
Matheus levou roupas para o amigo
Em conversas com pessoas próximas, o rapaz admitiu ter ido ao Rio, mas de ônibus, para levar roupas a Kauê. Os dois são amigos e moravam no mesmo bairro. O DHPP apurou ainda que no dia 17 de novembro, Matheus Soares, já em São Paulo, recebeu um Pix de R$ 30 do olheiro.
A força-tarefa prendeu dois suspeitos de envolvimento na morte de Gritzbach. Matheus Soares foi o primeiro. O xará dele, Matheus Augusto de Castro Mota, 34, foi detido na Praia Grande (SP) por homens do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) na segunda-feira (9).
Os agentes da força-tarefa concentram esforços para identificar e prender os mandantes do assassinato de Gritzbach. Investigadores afirmam que têm nomes e apelidos de ao menos quatro suspeitos. Oito dias antes de morrer, a vítima delatou às autoridades integrantes do PCC e policiais civis corruptos.
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