Caso Gritzbach: Suspeito de ajudar na fuga de olheiro para o Rio é preso

A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias de Marcos Henrique Soares Brito, 23, acusado agora por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ele também é investigado por envolvimento no assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, 38, morto a tiros em 8 de dezembro do ano passado no aeroporto internacional de Guarulhos.
Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Marcos é suspeito de ter ajudado Kauê do Amaral Coelho, 29, a fugir para o Rio de Janeiro. Kauê é o olheiro que avisou aos assassinos de Gritzbach o exato momento em que a vítima deixava o saguão do terminal 2 do aeroporto.
O DHPP apurou que Marcos esteve no Rio de Janeiro com o irmão dele, Matheus Soares Brito, preso em 7 de dezembro de 2024 também por ter ajudado na fuga de Kauê. Testemunhas disseram que os irmãos ficaram na casa de amigos no bairro da Penha.
A viagem ao Rio de Janeiro
Marcos esteve no Rio em 11 de novembro retornou para São Paulo dirigindo um veículo. Matheus ficou na capital fluminense entre os dias 9 e 16 de novembro. As investigações apontam que ele se encontrou com Kauê no Rio e recebeu até pix em sua conta enviado pelo olheiro.
Policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) tinham prendido Marcos e o tio dele Allan Pereira Soares, 44, em 6 de dezembro, na Vila Curuçá, zona leste paulistana, e disseram ter encontrado munição de fuzis com ambos.
Levado ao DHPP, Marcos alegou que os PMs o prenderam e afirmaram que iriam levá-lo para uma delegacia do bairro. Segundo ele, os militares depois, pararam na avenida Assis Ribeiro, onde permaneceram durante 20 minutos.
Ele contou ainda que os PMs perguntaram se ele tinha capacete no baú da moto. Os agentes olharam o conteúdo e nada falaram. Marcos alega que no baú havia só uma capa de chuva e papéis e que só soube da munição no DHPP.
A juíza Juliana Petelli da Guia mandou soltar Marcos e o tio dele. Na audiência de custódia, a magistrada observou que "nada veio ao auto de prisão em flagrante para confirmar a versão registrada, no caso a dos policiais militares". E acrescentou: "não há elementos para comprovar a situação de flagrante, de modo que cumpre reconhecer a ilegalidade do ato".
Outros presos pelo assassinato de Gritzbach
Além de Marcos e Matheus, também estão presos o cabo da Polícia Militar Dênis Antônio Martins, 40, acusado de ser o autor dos tiros de disparos que mataram Gritzbach, Matheus Augusto de Castro Mota, apontado como o homem que cedeu os veículos usados na fuga dos criminosos e Jackeline Leite Moreira, apontada como namorada de Kauê e que também teria auxiliado na fuga.
A exemplo de Marcos, a Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias de Matheus Soares Brito, Jackeline e Kauê. Na casa do olheiro, ainda foragido, policiais tinham encontrado porções de metanfetamina e balança digital.
Segundo o DHPP, o cabo Dênis e outro comparsa não identificado fugiram em um Gol preto abandonaram o veículo, e pegaram um ônibus. Kauê utilizou um Audi também preto e depois resgatou os atiradores em um bairro de Guarulhos.
Além do cabo Dênis, a Corregedoria da Polícia Militar também prendeu ontem 14 PMs acusados de fazer escolta pessoal para Antônio Vinícius Gritzbach. Os 15 presos deverão passar por audiência de custódia hoje às 15h no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana.
A reportagem tenta contato com a defesa dos presos. Em caso de manifestação, o texto será atualizado.
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