Josmar Jozino

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Reportagem

Caso Gritzbach: polícia tem nome de mandantes do crime e investiga outro PM

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil de São Paulo) já tem os nomes de dois suspeitos de serem os mandantes do assassinato do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38. E também já sabe que três policiais militares participaram da execução da vítima. Dois PMs já estão presos por envolvimento no crime.

Segundo o DHPP, o empresário Ademir Pereira de Andrade é apontado como um dos mandantes do assassinato de Gritzbach, morto com 10 tiros de fuzil em 8 de novembro do ano passado no aeroporto internacional de Guarulhos. Poucos meses antes de morrer, Gritzbach havia delatado Ademir, o advogado Ahmed Hassan Saleh, o empresário Robson Granger Moura e cinco policiais civis por envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital), com corrupção e também lavagem de dinheiro. Todos eles foram presos.

O outro suspeito de ter encomendado a morte da vítima é o traficante de drogas Emílio Carlos Gongorra Castilho, o Bill, também conhecido como Cigarreiro. Em janeiro de 2022, ele sequestrou Gritzbach e o levou para um "tribunal do crime" do PCC no bairro do Tatuapé, zona leste paulistana.

Já os acusados de participar da execução do empresário são o cabo Dênis Antônio Martins, 40, do 33º Batalhão (Carapicuíba) e o tenente Fernando Genauro da Silva, do 23º Batalhão (Pinheiros). O DHPP diz que um terceiro PM é investigado por envolvimento no crime e pode ser preso em breve.

Dênis foi preso na quinta (16) e é acusado pela Corregedoria da Polícia Militar de ter disparado contra Gritzbach. O outro PM investigado, cujo nome não foi divulgado, é suspeito de ser o segundo atirador. Já o tenente Genauro teria dado fuga aos dois colegas de farda em um Gol preto.

Genauro, preso neste sábado (18), a princípio era suspeito de ter vazado informações do Copom (Comando de Operações da Polícia Militar) para ajudar o cabo Dênis a escapar da cena do crime. As investigações, no entanto, apontaram que ele dirigiu o carro usado na fuga.

As investigações apontam que Genauro e Dênis trabalharam na Força Tática do 42º Batalhão, em Osasco, na Grande São Paulo e atuaram juntos na mesma viatura em 16 de novembro de 2013.

O tenente era amigo de confiança de Gritzbach e frequentava a casa dele. O oficial foi apresentado ao empresário pelo também tenente Giovanni de Oliveira Garcia, responsável pela segurança pessoal de Gritabach e por recrutar PMs para fazer a escolta dele.

Cabo está com medo

Garcia e outros 13 PMs da escolta também foram presos na quinta (16). Até agora, 16 policiais militares envolvidos no crime estão detidos e recolhidos no Presídio Militar Romão Gomes, na Água Fria, zona norte de São Paulo.

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A reportagem apurou que o cabo Dênis pediu "seguro" (cela de isolamento) no presídio. Ele teme ficar no convívio com os demais detentos porque é acusado de integrar o PCC e de ter sido contratado pela facção criminosa para executar a vítima.

Há rumores de que os mandantes do crime desembolsaram R$ 3 milhões para pagar os autores da execução do assassinato. Essa informação partiu da própria força-tarefa criada para investigar o crime. Gritzbach foi morto por um consórcio formado por policiais militares e integrantes do PCC.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados do cabo Dênis e de Emílio Carlos Gongorra Castilho. O espaço continua aberto para manifestações dos defensores, e o texto será atualizado se houver posicionamento.

Já o advogado Mauro Ribas, defensor do tenente Genauro, afirmou que seu cliente é inocente, não conhecia Gritzbach e não participou do crime. Ribas acrescentou que isso será provado no decorrer do processo.

Reportagem

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