Josmar Jozino

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Reportagem

Tenente suspeito de dirigir carro usado por atiradores de delator é preso

O DHPP (Departamento de Homícidios e Proteção à Pessoa) prendeu na manhã deste sábado (18) o tenente Fernando Genauro da Silva, 33, do 23º Batalhão (Pinheiros), investigado por envolvimento na morte do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38, como divulgou com exclusividade esta coluna. O PM, 16º preso no caso, ficará detido temporariamente por 30 dias.

Segundo a Polícia Civil, o tenente foi o motorista do Gol preto usado na fuga pelos atiradores que dispararam dez tiros de fuzil contra Gritzbach. O crime aconteceu em 8 de novembro do ano passado, no aeroporto internacional de Guarulhos.

O cabo Dênis Antônio Martins, 40, acusado de ser um dos atiradores, foi preso na última quinta-feira (16), numa operação da Corregedoria da Polícia Militar. Outros 14 PMs contratados para fazer a escolta de Gritzbach também foram presos.

O tenente Genauro era, a princípio, suspeito de ter vazado informações do Copom (Comando de Operações da Polícia Militar) para ajudar o cabo Dênis a escapar da cena do crime. As investigações, no entanto, apontaram que ele dirigiu o Gol preto que deu fuga para os comparsas.

As investigações também mostram que Genauro e Dênis trabalharam juntos na Força Tática do 42º Batalhão, em Osasco, na Grande São Paulo, e atuaram juntos na mesma viatura em 16 de novembro de 2013.

O tenente também é amigo de um oficial da mesma patente acusado de ser o responsável pela segurança pessoal de Gritzbach. O cabo Dênis, esse oficial e outros 13 policiais militares envolvidos na escolta de Gritzbach foram presos ontem pela Corregedoria da PM.

Agentes da Corregedoria da PM tinham cumprido mandos de busca e apreensão na casa do tenente e também no batalhão onde ele trabalhava. O sigilo telefônico dele também havia sido quebrado a pedido da Corregedoria da Polícia Militar.

Ouvida pela reportagem, a defesa do Genauro afirmou que o cliente é inocente e que não há nada concreto contra ele, apenas uma denúncia anônima; que não teve envolvimento no crime, não conhecia Gitzbach e jamais dirigiu para os criminosos que mataram a vítima.

Tatuagem identificou o cabo

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro
O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro Imagem: Divulgação; e obtido pelo UOL
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Uma tatuagem no braço esquerdo ajudou a Corregedoria da Polícia Militar a identificar o cabo Dênis Antônio Martins, 40, como o autor dos disparos que mataram o empresário Gritzbach.

A Corregedoria da PM recebeu denúncia anônima de que o cabo havia participado do crime e passou a monitorá-lo. No dia 9 de janeiro deste ano, Dênis foi filmado chegando à 4ª Companhia do 33º Batalhão (Vargem Grande Paulista), onde era lotado, com um Volkswagen Fox vermelho.

As filmagens foram comparadas com as imagens gravadas pelas câmeras de segurança de um ônibus utilizado por Dênis na fuga do aeroporto, após o crime, e também do Terminal Cecap, bairro de Guarulhos onde ele desembarcou do coletivo. Elas mostram a tatuagem no braço esquerdo.

Além disso, segundo a Corregedoria da Polícia Militar, também foram analisadas a movimentação de pés e braços de Dênis ao caminhar, sempre com andar lento, tudo isso aliado à compleição física, cor da pele do cabo, formato do rosto e altura do cabo.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados do cabo Dênis. O texto será atualizado se houver manifestações dos defensores do preso.

Reportagem

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