Josmar Jozino

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Reportagem

Corregedoria da PM investiga três núcleos de militares ligados ao PCC em SP

A Corregedoria da Polícia Militar investiga três núcleos de PMs suspeitos de integrar uma organização criminosa e de trabalhar para o PCC (Primeiro Comando da Capital). Um inquérito foi instaurado em outubro do ano passado para apurar o caso.

Segundo a Corregedoria da PM, o primeiro núcleo é o operacional composto por militares encarregados de atuar na execução de atividades criminosas, como homicídios em nome da facção. Dois suspeitos estão presos e recolhidos no Presídio Militar Romão Gomes.

São eles o cabo Dênis Antônio Martins e o tenente Fernando Genauro da Silva, acusados de participação no assassinato do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38, morto a tiros em 8 de novembro do ano passado no aeroporto internacional de Guarulhos.

As investigações da Corregedoria apontam que Dênis foi um dos homens que atirou na vítima. Genauro é acusado de ter dado fuga ao cabo. Um terceiro policial militar, também atirador, já foi identificado e está na mira das autoridades. Os três agiram a mando de integrantes do PCC.

Outro núcleo trabalhou na inteligência

O segundo núcleo - diz a Corregedoria da PM - é o de vazamentos, constituído por militares que atuaram na AI (Agência de Inteligência) e na seção de rádio da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e são suspeitos de passar informações de operações sigilosas a narcotraficantes do PCC.

Nesse grupo estariam os sargentos José Roberto Barbosa de Souza, o Barbosinha, que na Rota foi motorista do mesmo pelotão do oficial Guilherme Derrite, atual secretário estadual da Segurança Pública, e Alexandre Aleixo Romano Cezário.

Segundo a Corregedoria da PM, os principais favorecidos pelo esquema desse núcleo eram Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, Cláudio Marcos de Almeida, o Django, assassinados na guerra do PCC, e Sílvio Luís Ferreira, o Cebola, foragido da Justiça, todos inimigos de Gritzbach.

Barbosinha e Romano - aponta o IPM - também fizeram bico (serviço fora da corporação) para dirigentes da empresa de ônibus Transwolff, investigada pelo MP-SP Ministério Público do Estado de São Paulo) por ligação com o PCC.

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Homenagem à Rota

O nome de Romano aparece em uma planilha de pagamento da Transwolff, apreendida pelo MP-SP, indicando que ele recebeu R$ 4.000,00 pelo bico. Ele serviu na Rota de 2004 a 2012 e Barbosa, de 2008 a 2018. Ambos atuaram na sala de rádio da Rota no mesmo período. Hoje estão na reserva.

No mesmo núcleo atuaria o cabo Vagner de Deus Leão, investigado por suspeita de ter vazado informações para Cara Preta, Django e Cebola, narcotraficantes do PCC. O inquérito diz que há indícios de que, com dinheiro do crime, ele tenha aberto dois bares na zona leste de São Paulo com o nome Rota's Bar, em homenagem à Rota.

Escolta de pessoas ligadas ao PCC

Já o terceiro núcleo investigado pelo IPM é o da segurança, formado por militares que atuam na escolta pessoal de criminosos faccionados. A Corregedoria da PM deteve 14 homens da tropa que trabalhavam para Vinícius Gritzbach. Todos estão presos preventivamente.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos policiais militares citados, mas o espaço continua aberto para manifestação dos defensores de todos eles. O texto será atualizado se houver posicionamento.

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Reportagem

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