Josmar Jozino

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Reportagem

Caso Gritzbach: PM cerca prisão militar para evitar resgate; detento morreu

A segurança no Presídio Militar Romão Gomes ganhou reforço no último dia 27, quando drones sobrevoaram a unidade durante a madrugada e surgiram rumores sobre possível resgate de um tenente, um cabo e um soldado acusados de participar do assassinato de Vinícius Gritzbach, 38.

As informações são de que houve um plano para resgatar o soldado Ruan Silva Rodrigues, 32, o cabo Dênis Antônio Martins, 40, e o tenente Fernando Genauro da Silva, 33, presos preventivamente.

Homens do COE (Comando de Operações Especiais), unidade de elite da Polícia Militar, foram mobilizados ao presídio. Os PMs, portando inclusive armas de guerra, cercaram a unidade e se posicionaram estrategicamente do lado de dentro e também na parte externa.

Todos os presos foram colocados no pátio. As celas passaram por minuciosas revistas. Um prisioneiro idoso, com mais de 60 anos, sofreu um infarto e morreu. A reportagem apurou que o clima ainda é tenso no Romão Gomes.

Morto era frequentador de cultos na prisão

A reportagem teve acesso à carta de um preso, escrita para a família dele, relatando como foi a revista e dando detalhes do colega que acabou morrendo na quadra.

Na correspondência escrita à caneta, o autor diz que o prisioneiro vítima do infarto, conhecido como "Morini", era bem-humorado, tinha muita energia e participava com frequência dos cultos religiosos na prisão.

A carta diz ainda que no último culto, "Morini" pediu uma oração para a própria família. O autor da correspondência afirma também que sempre no término das cerimônias ele abraçava e depois apertava a mão do colega.

Policiais estão presos por envolvimento na morte de Gritzbach

Vinícius Gritzbach delatou policiais civis corruptos e integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele foi assassinado com tiros de fuzis em 8 de novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de Guarulhos. A munição usada no crime era de lotes adquiridos pela Polícia Militar.

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O cabo Dênis, do 30º Batalhão (Carapicuíba), é apontado como um dos atiradores que assassinou Gritzbach. O soldado Ruan, do 20º Batalhão (Barueri) é tido pela Corregedoria da PM como o segundo atirador. Ele é amigo do cabo Dênis.

O tenente Genauro , do 23º Batalhão (Pinheiros), foi acusado de ter dado fuga para o cabo e o soldado. Ele e Dênis trabalharam na Força Tática do 42º Batalhão, em Osasco (SP), e atuaram na mesma viatura em 16 de novembro de 2013. O tenente era amigo de Gritzbach e frequentava a casa dele.

Os três negam envolvimento no crime. Além deles, outros 14 militares envolvidos na escolta pessoal da vítima também foram presos e são acusados por associação à organização criminosa. A reportagem tenta contato com a defesa dos militares, em caso de manifestação, o texto será atualizado.

Reportagem

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