Ladrões agem ao estilo PCC e levam R$ 18,5 milhões de carro-forte na Itália
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Um bando formado por 10 assaltantes atacou um carro-forte e roubou € 3 milhões (cerca de R$ 18,5 milhões) em uma estrada na Toscana. O roubo aconteceu na tarde da última sexta-feira, na Strada Statale 1 Aurélia, uma das vias mais importantes da Itália.
Câmeras de segurança da rodovia e moradores da região filmaram a ação. A quadrilha agiu aos moldes dos assaltantes de banco ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) no Brasil, e usou armas longas, como fuzis e explosivos no ataque ao blindado.
Segundo a polícia italiana, os ladrões aproveitaram os bloqueios e a lentidão na estrada, decorrentes de obras em andamento no trecho na região de San Vicenzo, para entrar em ação. O tráfego na rodovia fluía em apenas uma faixa da pista.
Os agentes apuraram que os criminosos usaram explosivos para forçar a abertura da porta traseira do carro-forte. Os criminosos ameaçaram matar o motorista, e um assaltante atirou em direção a um homem que gravava um vídeo. Ninguém se feriu.
O bando conseguiu acessar o cofre do blindado e recolheu todo o dinheiro. O prejuízo, segundo as autoridades locais, foi de ? 3 milhões. Os assaltantes fugiram em três carros, que também eram roubados e estavam com placas falsas.
A polícia italiana informou ter encontrado três veículos incendiados, incluindo um trailer, a alguns quilômetros de distância do local onde ocorreu o roubo.
O carro-forte tinha partido de Cecina, uma comuna italiana, na província de Livorno, na Toscana. A região tem cerca de 28 mil habitantes. A ação dos assaltantes na estrada assustou motoristas e moradores do local.
Autoridades italianas afirmaram à imprensa que o dinheiro roubado do carro-forte era destinado a aposentados e pensionistas e deveria ser distribuído em diversas agências dos correios.
PCC foi pioneiro
No Brasil, integrantes do PCC realizaram uma série de roubos semelhantes a carros-fortes, usando armamento pesado, como metralhadora ponto 50, capaz de derrubar aeronaves, fuzis de longo alcance e explosivos para arrombar o cofre dos blindados.
Antigos líderes do PCC, como Roberto Soriano, o Tiriça, Daniel Vinícius Canônico, o Cego, e Airton Ferreira da Silva, o Tico Preto, e o sobrinho Edson do Nascimento foram alguns dos pioneiros em roubos cinematográficos no Brasil. O bando atacava carros-fortes até em aeroportos.
Em junho de 2000, Cego e os comparsas foram acusados de roubar R$ 3 milhões de um avião pagador no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O dinheiro estava um blindado e tinha sido colocado na aeronave poucos minutos antes da chegada dos ladrões.
Em 6 de julho de 2002, Tiriça, Cego e Tico Preto roubaram 61 kg de ouro de um avião no aeroporto internacional de Brasília. Os criminosos e outros comparsas usaram uniformes da Infraero, explosivos, granadas, fuzis, metralhadoras e pistolas, além de coletes a prova de bala e carros importados na fuga.