Josmar Jozino

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Reportagem

Caso Gritzbach: procurada, mulher de agente preso movimentou R$ 7,4 mi

Foragida da Justiça, Danielle Bezerra dos Santos, 29, viúva de ex-integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e atual mulher do policial civil Rogério de Almeida Felício, 46, um dos delatados por Antônio Gritzbach, 38, movimentou R$ 7,4 milhões em suas contas em seis anos.

Danielle e o marido tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e foram denunciados pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) por lavagem de dinheiro. Ele está recolhido no Presídio Especial da Polícia Civil e ela é procurada. Ambos são réus.

Rogerinho, como o agente é conhecido, e outros seis policiais civis —um delegado e cinco investigadores— foram delatados por Gritzbach por envolvimento com corrupção e com integrantes do PCC. O delator foi assassinado em novembro de 2024 no aeroporto internacional de Guarulhos.

Investigações da Polícia Federal apontaram que, entre os anos de 2018 e 2023, Danielle, na condição de pessoa física, registrou em suas contas bancárias uma movimentação de R$ 7.471.681,28.

PF aponta que Danielle Bezerra dos Santos, na condição de pessoa física, movimentou R$ 7.471.681,28 em suas contas bancárias de 2018 a 2023
PF aponta que Danielle Bezerra dos Santos, na condição de pessoa física, movimentou R$ 7.471.681,28 em suas contas bancárias de 2018 a 2023 Imagem: Reprodução

Danielle foi mulher de Felipe Geremias dos Santos, o Alemão, integrante do PCC. O casal viveu junto no período de 20 de outubro de 2017 a 17 de junho de 2019, quando Alemão morreu. A PF diz que ele era um dos principais gerentes do tráfico de drogas do PCC nas cidades de Santo André e Mauá, na região metropolitana, e São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

Agentes federais apuraram que Alemão foi o responsável, nessas regiões, por uma arrecadação mensal estimada em R$ 400 mil, obtida por meio de atividades criminosas, como o tráfico de drogas e também lavagem de dinheiro.

Danielle —continua a Polícia Federal— tinha ainda uma clínica médica em sociedade com Rogerinho. A empresa denominada DB, em referência às iniciais do nome dela, movimentou R$ 15.399.153,64 entre os anos de 2020 e 2024.

Clínica médica de Danielle Bezerra em sociedade com o marido, Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, movimentou R$ 15.399.153,64 entre 2021 e 2024, segundo a PF
Clínica médica de Danielle Bezerra em sociedade com o marido, Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, movimentou R$ 15.399.153,64 entre 2021 e 2024, segundo a PF Imagem: Reprodução
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A clínica foi adquirida pelo casal em 2021. Porém, em registro formal, marido e mulher possuíam apenas 50% do capital. Já no ano seguinte, os dois adquiriam a empresa de saúde por completo. De acordo com a PF, "um valor considerável da movimentação da clínica não é passível de identificação".

Policial também movimentou milhões

A mesma investigação da PF constatou que Rogerinho, como pessoa física, registrou uma movimentação financeira no valor de R$ 9.266.187,96 entre os anos de 2018 e 2024.

Policial civil Rogério de Almeida Felício,o Rogerinho, um dos delatados por Antônio Gritzbach, registrou movimentação financeira como pessoa física no valor de R$ 9.266.187,96 entre os anos de 2018 e 2024
Policial civil Rogério de Almeida Felício,o Rogerinho, um dos delatados por Antônio Gritzbach, registrou movimentação financeira como pessoa física no valor de R$ 9.266.187,96 entre os anos de 2018 e 2024 Imagem: Reprodução

Além de Rogerinho, estão presos preventivamente o delegado Fábio Baena Martin e os investigadores Marcelo Marques de Souza, o Bombom, Marcelo Roberto Ruggieri, o Xará, Valdenir Paulo de Almeida, o Xixo, e Valmir Pinheiro, o Bolsonaro, todos delatados por Gritzbach.

Gritzbach também delatou o advogado Ahmed Hassan Saleh, o Mudi, e os empresários Ademir Pereira de Andrade e Robinson Granger de Moura, por envolvimento com o PCC. A exemplo dos demais, os três também estão presos e foram denunciados à Justiça pelo MP-SP.

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A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Danielle Bezerra dos Santos. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja um posicionamento dos defensores dela.

Reportagem

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