Josmar Jozino

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Reportagem

Presidente afastado da UPBus é transferido para penitenciária do PCC em SP

O presidente afastado da UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, 54, investigado por suspeita de organização criminosa e lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio de contratos de transporte com a Prefeitura de São Paulo, foi transferido para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).

O presídio é o mais forte reduto do PCC no sistema prisional paulista e abriga assaltantes de bancos e grandes traficantes de drogas e armas.

Ubiratan foi preso na noite do último dia 8, depois de gravar um vídeo se declarando inocente e se entregar às autoridades no 50º DP (Itaim Paulista), na zona leste de São Paulo. Ele estava recolhido no CDP 2 (Centro de Detenção Provisória 2) do Belém, na mesma região.

A remoção para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, distante 620 km de capital paulista, ocorreu na sexta-feira.

A Justiça mandou prender Ubiratan por entender que ele havia descumprido medidas cautelares. No vídeo gravado, ao qual a reportagem teve acesso, ele diz que o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) pediu a prisão dele novamente com base em afirmações de um interventor da UPBus.

O interventor disse que viu o presidente afastado em um bar tomando café perto da UPBus. Uma das medidas cautelares impostas contra ele era justamente a de não se aproximar da empresa de ônibus nem de outros réus no mesmo processo.

Em conversa com a reportagem antes de se entregar, Ubiratan afirmou que o relatório do interventor diz que ele não ameaçou, não entrou nem coagiu ninguém da UPBus. "Sou inocente e por isso estou me entregando. Não aguento mais ser perseguido pelo Ministério Público", desabafou.

Segundo Anderson Minichillo, advogado de Ubiratan, o cliente estava solto desde o dia 2 de janeiro deste ano e vinha cuidando de sua saúde. "Vou provar a inocência dele no curso do processo", acrescentou o defensor. Ubiratan havia sido preso pela segunda vez em 20 de dezembro do ano passado.

"Fim da linha"

Na época, a Justiça também alegou que ele havia descumprido medidas cautelares. Ubiratan foi preso pela primeira vez em 9 de abril de 2024, durante a deflagração da Operação Fim da Linha. Foram detidas seis pessoas e cumpridos 52 mandados de busca e apreensões.

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Os alvos eram ligados às empresas de ônibus UPBus, da zona leste, e Transwolff, da zona Sul, acusados de envolvimento na lavagem de dinheiro do PCC, proveniente do tráfico de drogas. Ubiratan foi colocado em liberdade no dia 4 de junho de 2024.

O MP-SP informou que integrantes do alto escalão do PCC eram acionistas da UPBus. Três deles, apontados como membros da facção criminosa, tiveram a prisão decretada. Alexandre Salles Brito foi capturado em 16 de abril do ano passado.

Décio Luiz Gouveia, o Décio Português, e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, continuam foragidos. Defensores dos suspeitos afirmaram à reportagem que eles são inocentes e que tudo isso será provado no decorrer do processo. Eles foram denunciados à Justiça e tornaram-se réus.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Décio Luiz Gouveia, Silvio Luiz Ferreira e Alexandre Salles Brito. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver um posicionamento dos defensores dos acusados.

Reportagem

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