Josmar Jozino

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Reportagem

Tenente envolvido na morte de delator do PCC pagou R$ 2,2 mi por McLaren

O tenente da Polícia Militar Fernando Genauro da Silva, um dos réus acusados de participar do assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, morto a tiros em 8 de novembro do ano passado no aeroporto internacional de Guarulhos, comprou uma McLaren por R$ 2,2 milhões 50 dias após o crime.

A informação sobre a aquisição do veículo consta no relatório de um IPM (Inquérito Policial Militar) instaurado pela Corregedoria da corporação para apurar o envolvimento de PMs no homicídio do delator do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os responsáveis pelo IPM descobriram a compra da McLaren após analisar o telefone celular apreendido com o tenente. O oficial está recolhido no Presídio Militar Romão Gomes, na Água Fria, bairro da zona norte de São Paulo.

Nos dados extraídos do aparelho móvel há troca de mensagens entre o tenente e um contato dele. "No transcorrer da conversa foi possível identificar a aquisição do automóvel, uma McLaren 570S Spider, 3.8, Bi-Turbo, V8, ano 2019".

O IPM cita ainda que o valor de mercado do carro é estimado em R$ 2.827.012,00, mas que Genauro comprou o veículo por R$ 2,2 milhões e iria quitar a dívida em 12 parcelas. O tenente ainda comenta com o contato dele sobre a aquisição: "Não resisti mano".

A compra da McLaren aconteceu em 28 de dezembro de 2024. Genauro era amigo íntimo de Gritzbach e até frequentava a casa da vítima.

Outros cinco réus

Além de Genauro, a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra outros cinco acusados de envolvimento no assassinato de Vinícius Gritzbach, Foram indiciados os dois mandantes, o olheiro, os executores e o motorista do veículo.

São eles: Emílio Gongorra, o Cigarreiro, e Diego Amaral, o Didi, apontados pela polícia como os mandantes do crime. Os executores são Dênis Antônio Martins, cabo da PM e Ruan Rodrigues, soldado da PM.

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Genauro foi apontado como o motorista do carro que ajudou os executores a fugir e Kauê Amaral, o olheiro do PCC que estava no aeroporto, orientou os executores no dia do crime.

Os denunciados também se tornaram réus pelo assassinato do motorista de aplicativo Celso Araújo, baleado no aeroporto, e por tentativa de homicídio contra duas pessoas que acabaram feridas por estilhaços dos disparos. A decisão é do juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados do tenente Fernando Genauro. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado caso haja um posicionamento dos defensores dele.

Reportagem

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