PM apura se acusados de matar delator do PCC desviaram munição de batalhões
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A Corregedoria da Polícia Militar investiga se o cabo Dênis Antônio Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues desviaram munição de batalhões da corporação para matar Antônio Vinícius Lopes Gritzbach em 8 de novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Os dois PMs foram denunciados à Justiça de São Paulo como os atiradores que mataram Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ambos se tornaram réus, devem ir a júri popular e estão recolhidos no Presídio Militar Romão Gomes.
Segundo a Corregedoria da PM, há comprovação de que que as munições utilizadas e apreendidas em decorrência do homicídio eram de propriedade da Polícia Militar de São Paulo. Os projéteis possuíam código de rastreamento e foram analisados pelo IC (Instituto de Criminalística).
A rastreabilidade realizada pelo Centro de Controle de Material Bélico da PM constatou que as munições apreendidas, de fuzil calibre 5,56, faziam parte do lote BLC40, distribuído à Polícia Militar em 2015 e 2016, e do lote CHE18, entregue à corporação em 2018.
O Centro de Controle de Material Bélico constatou que 360 munições do lote BCL40 foram distribuídas para o 33º Batalhão (Carapicuíba), justamente a última unidade de serviço do cabo Dênis.
Outras 4000 munições do lote CHE18 foram destinadas ao CPA/M-8 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano-8), ao qual estão subordinados o 20º Batalhão (Barueri) — última unidade de serviço do soldado Ruan — e do 33º Batalhão.
Relatório final
Todas essas informações constam no relatório final do IPM (Inquérito Policial Militar) que indiciou Dênis, Ruan e o tenente Fernando Genauro da Silva pelo assassinato de Gritzbach e outros 12 PMs acusados de fazer escolta para o delator do PCC.
Foi mencionado no relatório que há a possibilidade do envolvimento de Dênis e Ruan no desvio das referidas munições dos respectivos batalhões onde atuaram, "contribuindo para a materialidade do crime", o assassinato de Gritzbach.
A reportagem não consegui contato com os advogados do cabo Dênis, soldado Ruan e tenente Genauro. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver um posicionamento dos defensores dos réus.
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