Dono de gravadora do PCC movimentou R$ 250 mi e jogou dinheiro para o alto

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Dinheiro parecia não ser problema para o casal Henrique Alexandre Barros Viana, o Rato, e Daniela Cristina Viana, dono do grupo Love Funk. Ambos são acusados pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) e Polícia Federal por envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
O MP-SP denunciou Henrique e Daniela à Justiça por integrarem organização criminosa, lavagem de dinheiro, exploração de jogos de azar e crimes contra a ordem tributária. Outros quatro integrantes do PCC foram denunciados por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Henrique - diz a denúncia do MP-SP - é portador de extensa ficha criminal e aparece em uma foto jogando milhares de cédulas de reais para o alto. Daniela também foi fotografada fazendo ostentações e se abanando com um leque feito com notas de reais.
Segundo as investigações, o casal e o quarteto acusado ocultaram e dissimularam a origem ilícita de R$ 250 milhões por meio de transações de créditos e débitos em contas bancárias no período de 1º de setembro de 2020 a 16 de março de 2023.
A Polícia Federal e o MP-SP apuraram que os valores movimentados são incompatíveis com a capacidade financeira do grupo Love Funk, administrado pelo casal. A empresa atua ano ramo de agenciamento de artistas e produção de shows de funk.
As transações financeiras suspeitas realizadas pelo grupo econômico constam em RIFs (Relatórios de Inteligência Financeira) elaborados pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), mediante afastamento de sigilos bancário e fiscal.
Ligações com o PCC
Na denúncia, o MP-SP afirma que aos outros quatro acusados são integrantes do PCC e velhos conhecidos das policiais. Um deles, Moisés Teixeira da Silva, o Tatuzão, foi acusado de participar do furto de R$ 164,7 milhões do Banco Central de Fortaleza (CE) em agosto de 2005.
Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, está preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) acusado de vários roubos cinematográficos a bancos, inclusive o de R$ 125 milhões levados do Banco do Brasil de Criciúma (SC), em 2020.
Ronaldo Pereira da Costa, preso em 11 de novembro de 2021, é acusado de ter participado dos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, ambos da cúpula do PCC, em fevereiro de 2018 na região metropolitana de Fortaleza.
Gratuliano de Souza Lira, o Espanha, é, segundo a PF e o MP-SP, notório integrante do PCC e tem condenações por lavagem de dinheiro, uma delas no âmbito da Operação Sharks, que apurou a movimentação de R$ 1 bilhão da facção no período de janeiro de 2018 a julho de 2019.
A defesa de Henrique Alexandre Barros Viana e Daniela Cristina Viana informou por meio de nota que "nega veementemente as acusações de lavagem de dinheiro, organização criminosa, exploração de jogos de azar e crimes contra a ordem pública e afirma que a Love Funk é uma empresa séria e consolidada no mercado musical".
A nota da defesa diz ainda que "também assegura que todo fluxo financeiro tem origem e a inocência de ambos será provada no processo criminal. A acusação é absolutamente equivocada e isso será demonstrado".
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