Suspeito de matar professora em SP passou por 15 prisões dominadas pelo PCC
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O presidiário Rosemberg Joaquim Santana, 54, que afirmou em depoimento à Polícia Civil ter enforcado a professora Fernanda Reinecke Bonin, 42, já passou por 15 unidades prisionais de São Paulo destinadas a integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior facção criminosa do Brasil.
Santana, conhecido no mundo do crime como Nego Beg, tem extensa ficha criminal. Ele foi condenado a 12 anos por homicídio; 4 anos e 4 meses por porte de arma; 4 anos e 9 meses por roubo e 5 anos e 10 meses por tráfico de drogas.
Em 9 de maio de 2016, Nego Beg ganhou a liberdade e saiu da Penitenciária de Ribeirão Preto pela porta da frente. Mas não ficou muito tempo longe das grades. Acabou preso em flagrante em 8 de novembro de 2017. A Justiça aplicou ao réu a pena de 5 anos e 10 meses. Foi a última condenação dele.
Em 23 de junho de 2020, o criminoso foi beneficiado com o regime semiaberto e em 27 de julho de 2021 progrediu para o regime aberto. No último dia 11, Nego Beg foi preso por PMs, dessa vez por suspeita de envolvimento na morte da professora de Matemática Fernanda Bonin.
O criminoso já ficou recolhido na antiga Casa de Detenção, no Carandiru, zona norte paulistana; CDP (Centro de Detenção Provisória) Ataliba Nogueira (Campinas); CDP de Bauru; CDP 2 de Guarulhos; CDP Pinheiros; CDP de Diadema e CDP de São Bernardo do Campo.
Também passou pelas Penitenciárias de Presidente Bernardes; Guareí; Lavínia; Parelheiros; Ribeirão Preto; Mirandópolis e Valparaíso, destinadas a faccionados do PCC, além de uma Cadeia Pública e carceragens do 80º DP (Vila Joaniza) 11º DP (Santo Amaro) e 16º DP (Vila Clementino), na capital.
Segundo a Polícia Civil, Nego Beg prestou depoimento ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) e contou ter matado a professora Bonin porque ela maltratava os filhos. Investigadores apuraram que ele sequer conhecia a vítima e mentiu sobre a motivação do crime.
Fernanda Bonin desapareceu em 27 de abril, após ser chamada pela ex-esposa, a veterinária Fernanda Loureiro Fazio, 45, para ajudá-la com um carro quebrado. A ex-companheira foi presa no último dia 9, acusada de ser a mandante do crime.
Laudo desmente versão da ex
A veterinária alegou à polícia que pediu ajuda para a ex-companheira porque o carro dela apresentava problemas no câmbio. Um laudo feito pela General Motors concluiu que o veículo não tinha nenhum problema mecânico. O DHPP apurou que Fazio esteve no local do crime.
Até agora estão presos quatro suspeitos acusados de envolvimento na morte de Fernanda Bonin. Jane Maria da Silva, 38, se apresentou segunda-feira (12) ao DHPP e ficou detida. De acordo com a Polícia Civil, ela também afirmou em depoimento que Rosemberg enforcou a vítima.
Jane é apontada pelos investigadores como a mulher que aparece ao lado de João Paulo Bourquin, outro acusado preso, abandonando o carro da vítima, uma Hyundai Tucson, logo após o crime. Ivo Rezende dos Santos, o quinto suspeito de participação no crime, é procurado pelo DHPP.
Para a Polícia Civil, Fazio, mandou matar a ex por ciúme e por causa do fim do relacionamento. Bonin foi encontrada morta com sinais de estrangulamento em 28 de abril, em um terreno baldio na Vila da Paz, zona sul, perto do Autódromo de Interlagos. No pescoço dela havia um cadarço.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos suspeitos presos nem do foragido. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado assim que houver um posicionamento dos defensores deles.
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