Caso Gritzbach: Acusado de matar delator postou fotos de malas com dinheiro
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Treze dias após o assassinato de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, o cabo da Polícia Militar Dênis Antônio Martins, acusado de matar a vítima com tiros de fuzil, postou em seu telefone celular várias fotos de malas repletas de dinheiro.
O cabo foi preso pela Corregedoria da Polícia Militar em 16 de janeiro. Com ele os agentes apreenderam um telefone celular. Segundo a Promotoria de Justiça Militar, os dados extraídos do aparelho móvel mostraram várias informações referentes a investimentos em criptomoedas.
Uma delas - diz a denúncia - mostra um "blockchain", tipo de banco de dados descentralizado "que armazena informações de forma segura e transparente, sendo amplamente conhecida por ser a base das criptomoedas como o Bitcoin. Funciona como um livro contábil digital onde todas as transações são registradas e rastreadas".
Foram encontradas ainda no telefone celular imagens de armas longas, acessórios de armamento e munições de alto calibre e diversas fotos de elevados valores em espécie em sacolas, além de joias.
Além do cabo, também são acusados de participar diretamente do assassinato de Antonio Gritzbach o soldado Ruan Silva Rodrigues e o tenente Fernando Genauro da Silva. Os três estão presos e foram denunciados pela Promotoria de Justiça Militar por organização para a prática de violência armada. Eles também respondem na Justiça Comum processo pelo homicídio do delator do PCC e do motorista de aplicativo Celso Novais, mortos em 8 de novembro de 2024 no aeroporto internacional de Guarulhos. O alvo era a primeira vítima. A segunda acabou atingida.

Além de Dênis, Ruan e Genauro, a Promotoria de Justiça Militar também denunciou outros 15 PMs envolvidos na escolta particular de Gritzbach. Eles são acusados de promover e integrar organização criminosa. Todos eles estão recolhidos no Presídio Militar Romão Gomes.
Vinícius Gritzbach havia delatado ao MP-SP policiais civis envolvidos em casos de corrupção e também um advogado e dois empresários acusados de ligação com o PCC. Ele erra jurado de morte pela facção criminosa e por isso contratou os PMs para cuidarem da segurança pessoal dele.
Tenente comprou McLaren de R$ 2,8 milhões
A Corregedoria da Polícia Militar apurou que o tenente Genauro, acusado de dar fuga para os atiradores Dênis e Ruan no dia do assassinato de Gritzbach, adquiriu, 50 dias depois do crime, um veículo McLaren com valor de mercado estimado em R$ 2.827.000,00.
As suspeitas da Corregedoria da Polícia Militar e da Promotoria de Justiça Militar é a de que os três executores do assassinato receberam milhões de reais do narcotraficante Emílio Carlos Gongorra Castilho, o Cigarreiro, apontado como um dos mandantes do homicídio de Gritzbach.
Segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), Cigarreiro tem ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e também com o CV (Comando Vermelho) do Rio de Janeiro. Ele foi denunciado à Justiça pelo assassinato e teve a prisão preventiva decretada. O suspeito de ser o mandante do crime está foragido.
As investigações indicam que Cigarreiro planejou a morte de Gritzbach porque a vítima havia mandado assassinar o amigo dele, o também narcotraficante Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta, morto a tiros em dezembro de 2021 no Tatuapé, zona leste de São Paulo.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados do cabo Denis, soldado Ruan e tenente Genauro. O espaço permanece aberto para manifestações. O texto será atualizado assim que houver um posicionamento dos defensores deles.
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