PMs de São Paulo caçam 'O Monstro', estrangeiro mais procurado no Brasil
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A prisão do narcotraficante peruano Erick Luiz Moreno Hernandez, o "El Monstruo" (o monstro, em espanhol), o estrangeiro mais procurado no Brasil, é uma das prioridades da polícia paulista, especialmente da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
A quadrilha comandada pelo criminoso matou no dia 16 de abril deste ano o sargento Rafael Vilodres Correa, 40, do 3º Batalhão de Choque (Humaitá), durante uma operação policial em Suzano, na Grande São Paulo. O militar era casado, pai de duas filhas e estava na corporação havia 22 anos. A morte dele chocou os colegas de farda.
"El Monstruo" escapou ao cerco. A operação mobilizou 160 PMs e foi deflagrada justamente para tentar prender o narcotraficante e seus comparsas. Segundo investigações, o criminoso conta com a proteção do PCC (Primeiro Comando da Capital), para quem forneceria drogas.
O bando do peruano é conhecido como "Guerreiros Sangrentos". Dois integrantes morreram na operação. Eles foram identificados como Jhan Paul Guevara Davalo e Loyaza Sanches. Este último desarmou e matou o sargento e depois foi morto em confronto com outros PMs.
Jhan Pier Guevara, irmão de Jhan Paul, foi preso com Yolanda Noelia Ladera Cabanilla. Os dois irmãos são acusados de matar um peruano em Cotia, na Grande São Paulo, em 2023. Ambos eram investigados pela Polícia Federal por suspeita de montar milícia privada armada em São Paulo.
Líder de facção no Peru
O nome de "El Monstruo" consta na difusão vermelha da Interpol (Polícia Internacional). No Peru, ele é condenado a 32 anos pelos crimes de homicídio, sequestro, tráfico de drogas e organização criminosa. O narcotraficante é apontado como líder de uma facção peruana.
Investigações da Polícia Nacional do Peru apuraram que "El Monstruo" fugiu do país entre outubro e dezembro de 2024, provavelmente para a Bolívia, depois retornou ao país de origem, seguiu para o Paraguai e se mudou para o Brasil.
No Paraguai, o narcotraficante apareceu em uma casa de campo com um visual diferente. Estava com os cabelos mais longos e barba espessa. Também passou por intervenções cirúrgicas e fez até uma rinoplastia para mudar a estrutura do nariz.
Proteção policial
Em Lima, "El Monstruo" tinha a proteção de um subtenente da Polícia Nacional do Peru. O oficial foi preso após ser acusado de manter ligações com a facção criminosa liderada pelo narcotraficante. O policial estava na instituição havia nove anos.
O subtenente - diz a Polícia Nacional do Peru - passava aos faccionados informações sigilosas sobre operações e rotas de patrulha. O objetivo era evitar uma possível captura do foragido.
Na mesma operação em que deteve o subtenente, a Polícia Nacional do Peru também prendeu Martina Hernandez, mãe de "El Monstruo". Ela estava em casa, na cidade de Ica, nas proximidades de Lima. Na residência dela foram apreendidos explosivos.
A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Erick Luiz Moreno Hernandez. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado assim que houver um posicionamento dos defensores dele.
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