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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Secretários e deputados fazem festa na sede do Corpo de Bombeiros do Rio

Leandro Monteiro, comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro - Corpo de Bombeiros/Divulgação
Leandro Monteiro, comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro Imagem: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Colunista do UOL

25/02/2021 12h18

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Em plena pandemia de covid-19, o quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro sediou na noite de ontem uma festa que reuniu secretários estaduais, deputados fluminenses e outros políticos locais.

A confraternização ocorreu dentro do salão nobre do quartel e foi regada a vinhos, caldo de cogumelos shitake, saladas e frios. Até a banda da corporação chegou a se apresentar para os convidados, chamados pelo próprio comandante, Leandro Monteiro.

Estiveram presentes, entre diversos políticos fluminenses, o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), André Ceciliano, e os secretários estaduais, Carlos Chaves (Saúde), André Lazaroni (Governo), Allan Turnowski (Polícia Civil), Thiago Pampolha (Ambiente e Sustentabilidade), Gustavo Tutuca (Turismo), José Luiz Zamith (Planejamento, Gestão e Governança).

Além dos políticos, a confraternização teve a presença da promoter Carol Sampaio. Procurada, ela não retornou aos contatos da coluna.

Os secretários, deputados e políticos passaram a ser chamados para o evento desde o início da semana. Um dos convidados contou, anonimamente, que foi pedida uma contribuição de R$ 500 para a divisão das despesas com bebida e comida.

O comandante do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro disse que o evento não foi uma festa, mas uma reunião para tratar de vários projetos. "Não estava cheio. Uma pessoa que foi convidada levou a Carol Sampaio", informou Monteiro, pela assessoria de imprensa.

Questionado pela coluna sobre o evento, o presidente da Alerj disse que o encontro ocorreu para tratar de ações de governo. "Fui chamado para discutir um programa que vai ser o Baixada Presente, para falar da lei orgânica da Polícia Civil, e para tratar da reforma da previdência dos militares", disse Ceciliano, que confirmou o cardápio e os vinhos.

A coluna questionou se, em plena pandemia, o evento não seria despropositado e poderia passar uma mensagem equivocada para a população. "Não porque não tinha mais de 25 pessoas e era num espaço imenso", disse o presidente da Alerj.

A coluna pediu esclarecimentos, por meio da Subsecretaria de Comunicação, aos secretários que estiveram presentes no evento e aguarda resposta.