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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Monique admite mentira e diz que não foi ela que encontrou Henry morto

Colunista do UOL

21/04/2021 04h00

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A coluna apurou que Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, relatou nos últimos dias que não foi ela quem encontrou o menino caído no chão do quarto de casal do apartamento, na madrugada de 8 de março, quando ele morreu.

Em seu primeiro depoimento, Monique tinha dito à polícia que dormiu assistindo à TV junto com o vereador no quarto de hóspedes. Depois disso, ela falou que teria acordado de madrugada e encontrado Henry caído no chão. Nos últimos dias, porém, a mãe de Henry relatou que foi obrigada pelo companheiro a inventar essa versão porque "seria melhor até para ela".

O pai do menino Henry Borel já tinha apontado essa questão como uma contradição que aparecia nos depoimentos prestados à polícia por Jairinho e Monique. Segundo a defesa do engenheiro Leniel Borel, ao chegar ao hospital Barra D'Or, onde Henry deu entrada já sem vida, o pai do menino ouviu de Monique que o vereador já estava ao lado da criança quando chegou ao quarto do casal e encontrou Henry no chão.

Ela está presa desde o dia 8 de abril e é investigada junto com o vereador Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho pela morte do menino. Diagnosticada ontem com covid-19, ela foi encaminhada ao Hospital Penal Hamilton Agostinho, no complexo de Gericinó, em Bangu.

Procurada, a defesa de Monique disse que não podia dar detalhes sobre o episódio porque aguarda resposta para o pedido de um novo depoimento feito junto à 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. O laudo de necropsia de Henry indicava diversas lesões no corpo e mostrou o fígado da criança dilacerado. A polícia ainda não disse se fará novo interrogatório.

Agressões de Jairinho

A coluna apurou que, nos últimos dias, Monique ainda tomou conhecimento de que outras mulheres que se relacionaram com o vereador relataram que suspeitam ter recebido bebidas com remédios diluídos. "Ela começou a chorar quando ouviu isso porque também acontecia com ela", diz um interlocutor da professora. Ao menos três mulheres relataram agressões e duas delas também tiveram filhos agredidos.

Como a coluna revelou na semana passada, a mãe de Henry relatou que, como as outras ex-companheiras, também foi agredida. A defesa dela confirmou ao UOL nesta terça-feira que desde o final do ano passado ela sofreu agressões físicas e verbais do parlamentar.

Em um dos episódios de violência, Jairinho teria pulado o muro da casa onde Rosângela Medeiros, avó materna do menino, mora e a esganou no quarto. Já no apartamento do casal, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, Monique Medeiros contou que "Henry dizia que queria dormir com a mãe na cama do casal, porque quando dormia com eles 'o tio Jairinho não brigava com a mamãe'", afirmou Thaise Assad, uma das advogadas de defesa.

Procurada, a defesa do vereador não retornou aos contatos da coluna.