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Interações nas redes sociais de Carlos Bolsonaro despencam
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Um levantamento inédito feito pela consultoria de dados Arquimedes, obtido com exclusividade pela coluna, mostra que as interações nas redes sociais do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) despencaram nos últimos dois meses. Ele não esteve com o presidente Jair Bolsonaro nos atos de 7 de setembro na terça-feira.
Os dados da pesquisa mostram que os números dos perfis de Carlos no Instagram, Facebook e Twitter são os piores desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Desde janeiro de 2019, o vereador possui os melhores números no Instagram. A média mensal era de cerca de 3,15 milhões de interações. No entanto, em julho, este número foi de 2,6 milhões e, em agosto, reduziu a 2 milhões.
O mesmo ocorreu no seu perfil no Twitter e no Facebook. No Twitter, a média mensal de Carlos desde janeiro de 2019, é de 2,15 milhões. Mas em julho foi de 1,33 milhões e em agosto caiu ainda mais: 937 mil. Já no Facebook, a média era de 1 milhão. Em julho, Carlos obteve apenas 898 mil e, no mês passado, 531 mil.
Carlos Bolsonaro é frequentemente citado pelo presidente Jair Bolsonaro como o responsável pela vitória na eleição de 2018. O presidente também costuma atribuir êxito à estratégia usada por Carlos nas redes sociais. O vereador montou um grupo de assessores de confiança que movimenta perfis e páginas nas redes com memes e ataques a adversários políticos da família Bolsonaro. No entanto, desde o ano passado, o grupo de assessores presidenciais, conhecido como "gabinete do ódio", é alvo de inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal). Carlos e os assessores negam irregularidades.
Redução de postagens
Esses números nas redes sociais de Carlos Bolsonaro também refletem uma redução nas postagens. A média mensal de posts do vereador no Facebook era de 92. Mas, em agosto, ele só postou 43 vezes. No perfil do Instagram, o costume era postar 86 vezes por mês. Em agosto, foram só 44 posts.
O Twitter foi o lugar onde Carlos Bolsonaro diminuiu mais sua presença digital. A média mensal dele era de 235 posts. No entanto, em agosto, ele postou 68 vezes - redução de 71%.
Pedro Bruzzi, fundador e sócio da Arquimedes, explica que o restante da família Bolsonaro manteve sua média de interações e posts. Apenas Carlos Bolsonaro registrou essa mudança.
"É no mínimo curiosa a redução do volume de posts do vereador Carlos Bolsonaro nos últimos meses. E isso ocorre justamente no momento em que o bolsonarismo inflama nas redes, com a campanha pelo voto impresso e as convocações para as manifestações de 7 de setembro. Outro fato importante nesse período foi a prisão de Roberto Jefferson. Dá-se a impressão de que o 02 está mais cauteloso", afirmou Bruzzi.
Longe dos atos de 7 de setembro
Carlos não acompanhou os atos em Brasília e São Paulo ao lado do pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus irmãos, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A coluna apurou que o motivo está relacionado ao fato das manifestações terem como foco um discurso inconstitucional contra o STF (Supremo Tribunal Federal).
Além disso, o alvo preferencial de críticas dos bolsonaristas é o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito que apura a existência de uma organização criminosa digital que atenta contra a democracia. Há algum tempo, os interlocutores mais próximos de Bolsonaro temem que o "02" seja alvo de alguma medida do STF.
O período de redução de posts também coincide com o período de radicalização do discurso do presidente e da convocação para motociatas pelo país e para as manifestações do 7 de setembro.
Nos últimos dias, também foi tornada pública a decisão do TJ-RJ que autorizou a quebra de sigilo bancária e fiscal de Carlos e de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro e mais 25 pessoas. A quebra foi autorizada no dia 24 de maio, mas foi noticiada apenas na semana passada.
O MP-RJ investiga Carlos e uma série de ex-assessores desde julho de 2019 por suspeitas de devolução de salários, a rachadinha, e a existência de nomeações de "funcionários fantasmas" — pessoas que não trabalhavam de fato como assessores parlamentares.
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