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Juliana Dal Piva

REPORTAGEM

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Advogada de Flávio Bolsonaro vai defender delegada presa com R$ 1,7 milhão

A delegada licencida da Polícia Civil do Rio de Janeiro Adriana Belém - Reprodução/TV Brasil
A delegada licencida da Polícia Civil do Rio de Janeiro Adriana Belém Imagem: Reprodução/TV Brasil

Colunista do UOL

10/05/2022 15h07Atualizada em 10/05/2022 19h19

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A advogada Luciana Pires assumiu na tarde desta terça-feira a defesa da delegada de polícia licenciada Adriana Belém, alvo na manhã de hoje de mandado de apreensão que encontrou em sua casa ao menos R$ 1,7 milhão em espécie. Pires representa o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso da rachadinha em seu antigo gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). Junto com Pires, a delegada também será representada pela advogada Sandra Almeida, que defende o governador do Rio, Cláudio Castro, em investigações sobre a Fundação Leão XIII.

Adriana foi alvo de busca e apreensão autorizada pelo TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) nesta terça e, durante a operação batizada de "Calígula", foi localizado R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo dentro de sua casa. A operação mira uma rede de jogos de azar liderada pelo contraventor Rogério de Andrade e que tem como integrante Ronnie Lessa, acusado pela morte da vereadora Marielle Franco.

Com isso, ela foi presa. As advogadas de Adriana informaram à coluna que a origem do dinheiro será esclarecida nos autos e que não há necessidade da prisão. Por isso, as defensoras vão entrar com um pedido de habeas corpus no tribunal.

A delegada deixou a chefia da delegacia de polícia da Barra da Tijuca em 2020 após o chefe do Setor de Investigação da unidade, seu braço direito, Jorge Camilo Alves, ser preso na Operação Intocáveis 2.

Na ocasião, ele foi um dos 33 detidos na operação contra a milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio. Alves foi flagrado em conversas telefônicas com Ronnie Lessa, ex-policial militar acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Após a prisão, Adriana entregou o cargo de delegada a fim de preservar as investigações conduzidas na delegacia da Barra da Tijuca. Dois anos após esse episódio, Adriana é alvo de mandado de busca e apreensão.

Com salário de R$ 10 mil brutos, Belém ocupava até hoje um cargo de assessora na Secretaria Municipal de Esportes do Rio. Mas como o UOL revelou ela será exonerada. Belém está licenciada da Polícia Civil. Mesmo assim, recebe um salário de R$ 27 mil líquidos da corporação.