Interesse por Colégio Eleitoral mostra degradação da democracia nos EUA
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O grau de interesse jornalístico pela confirmação da vitória de Joe Biden no Colégio Eleitoral é um exemplo de como se degradou a democracia americana. Bastou um presidente candidato a ditador para abalar os alicerces da democracia mais respeitada do planeta.
Se isso aconteceu nos Estados Unidos em 2020, não devemos ter nenhuma ilusão de que o presidente Jair Bolsonaro não tentará repetir em 2022 a estratégia de uso da mentira como arma política e da recusa em aceitar um resultado eleitoral limpo.
A confirmação do Colégio Eleitoral é uma mera formalidade, mas o presidente Donald Trump tentou dar um golpe judicial e político contra a vitória de Biden. Esse ato formal ganhou importância porque Trump, primeiro, apresentou pedidos à Justiça baseado em mentiras. É educado demais falar em falta de provas para tentar invalidar a vitória do Partido Democrata.
Depois, tentou simplesmente mudar a vontade do eleitor pedindo uma intervenção política de governadores republicanos, mas não deu certo. Republicanos resistiram ao golpismo de Trump.
No Brasil, sem Colégio Eleitoral, Bolsonaro já prepara o discurso contra a urna eletrônica, a mesma que confirmou a sua vitória em 2018. A forma como ele lida com a pandemia, mentindo de cara lavada e cometendo crimes de responsabilidade sem ser chamado às favas legal e politicamente, dá ao presidente brasileiro a sensação de impunidade de que vale a pena continuar desrespeitando a Constituição.
Acompanhar o processo americano de perto ajuda a compreender semelhanças e diferenças com o que acontece no Brasil de Bolsonaro. Lá, a imprensa e a elite não tiveram o mesmo grau de omissão e cumplicidade com a barbárie. Isso faz a diferença.
Placar federal
Até as 20h33 no horário de Brasília, Biden havia atingido 302 votos no Colégio Eleitoral, segundo a rede de TV CNN. Bastavam 270, a maioria absoluta dos 538 delegados. Salvo algo excepcional, o democrata deverá atingir 306 contra 232 de Trump, resultado que refletiria a vontade dos eleitores nos 50 Estados e no Distrito de Columbia.
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