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Kennedy Alencar

REPORTAGEM

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Crimes de Bolsonaro demandam atualização da lei do impeachment, diz Renan

Colunista do UOL

14/09/2021 15h25

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"Bolsonaro cometeu tantos crimes de responsabilidade que é preciso atualizar a lei que trata do impeachment, sob pena de desmoralização desse instrumento legal", defende o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

Pouco antes de tomar o depoimento de Marcos Tolentino na CPI da Pandemia, Renan afirmou que pretende sugerir no relatório uma atualização da Lei 1.079, de 10 de abril de 1950, que trata dos crimes de responsabilidade e que também é conhecida como "Lei do Impeachment".

Segundo Renan, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não toma decisão sobre aceitar ou recusar um pedido de abertura do processo de impeachment a fim de evitar que sua posição possa ser derrubada pelo plenário da Casa.

"É claro que há um problema em ficar adiando eternamente uma decisão. Temos de mudar isso e estipular prazo. Também podemos criar um meio de o plenário da Câmara poder examinar a questão. Vamos avaliar", disse Renan.

Sócio oculto

Ao longo do depoimento à CPI da Pandemia, consolidou-se entre senadores a percepção de que Marcos Tolentino é o dono real do FIB Bank por meio de um emaranhado de empresas e procurações que objetivam esconder o real proprietário da instituição. A condição de "sócio oculto" ficou clara com a munição que a CPI juntou para inquirir Tolentino, que, na maioria das vezes, preferiu ficar em silêncio.

Queimação de filme

No Senado e na Câmara, parlamentares avaliavam que o ex-presidente Michel Temer perdeu todo o capital político que conquistou na semana passada com a paternidade da carta de recuo de Bolsonaro após as manifestações golpistas de 7 de Setembro.

Motivo: um vídeo que viralizou nas redes sociais no qual Temer, políticos e empresários dão risadas de uma imitação de Bolsonaro feita pelo humorista André Marinho. A cena toda, com pitadas de mau gosto e preconceito, soou como desprezo ao atual presidente.

Sem clima

A chance de o MDB se empolgar com uma candidatura presidencial de Temer é baixa. Dividido, o partido não tem interesse em patrocinar um nome que tente ser uma terceira via entre Bolsonaro e Lula em outubro de 2022.

O mais provável é a legenda optar por não ter candidato próprio ao Palácio do Planalto. Assim, facilitaria a formação de alianças a fim de fortalecer candidatos aos governos dos Estados e potencializar acordos para eleger mais deputados federais e estaduais.