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Lula perde votos entre beneficiados pelo Auxílio Brasil, diz pesquisa FSB
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Lula seria eleito no primeiro turno se apenas os 25% mais pobres votassem no Brasil, enquanto Jair Bolsonaro passaria para o segundo turno em primeiro e com folga se apenas os 17% com maior renda decidissem a eleição. O petista, contudo, perdeu votos, entre março e abril, entre os beneficiados pelo Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, que paga ao menos R$ 400 mensais. E o atual presidente não foi o principal herdeiro dessas intenções de voto, mas a opção por branco ou nulo.
Isso é o que aponta nova rodada da FSB Pesquisa encomendada pelo BTG Pactual divulgada nesta segunda (25). Nela, Lula (PT) tem 41%, Bolsonaro (PL), 32%, Ciro Gomes (PDT), 9%, André Janones (Avante) e João Doria (PSDB), 3%, e Vera Lúcia (PSTU) e Simone Tebet (MDB), 1%. A margem de erro é de dois pontos.
Entre os que ganham até um salário mínimo (R$ 1.212), o petista tem, hoje, 60% das intenções de voto ao passo que o atual presidente conta com 11% - tecnicamente empatado com o deputado federal André Janones. O ex-governador Ciro Gomes marca 6% e o ex-governador João Doria, Vera Lúcia e Felipe D'Ávila (Novo), 1%.
Contudo, entre os brasileiros com renda de mais de cinco salários mínimos por mês (R$ 6.060), Bolsonaro passa a liderar com 47%, enquanto Lula tem 27%, Ciro, 12%, Doria, 6%, a senadora Simone Tebet e Janones e D'Ávila, 1%, completam a lista. Esse grupo inclui a classe alta e parte da classe média.
Lula tem os mesmos 47% entre quem recebe entre um e dois salários mínimos, seguido por Bolsonaro (26%), Ciro (7%), Doria (5%) e Janones e Tebet (1%). Esse grupo representa, segundo a amostra da FSB Pesquisa, 19%. Já Bolsonaro está na frente entre quem ganha entre dois e cinco salários mínimos, com 41%, seguido de Lula, que tem 34%, e Ciro, que conta com 10%. Para o instituto, esse grupo tem 39% da população.
Isso reafirma o que outras pesquisas apontaram, que Lula ainda tem uma fortaleza de votos entre as camadas mais pobres, mas Bolsonaro se consolida nas classes média e alta. O levantamento aponta que o pagamento do Auxílio Brasil pode estar surtido efeito na percepção do eleitorado com renda mais baixa.
De acordo com a FSB, caiu a intenção de voto em Lula tanto entre aqueles que recebem o Auxílio Brasil quanto entre os que moram com alguém que ganha o benefício.
No levantamento divulgado nesta segunda, Lula tem 50% entre os que recebem auxílio, enquanto contava com 59% junto a esse grupo em março. Bolsonaro apenas oscilou de 17% para 18% e a somatória dos demais candidatos variou de 22% para 23%. Essa parcela da população representa 9% dos entrevistados.
Entre aqueles que moram com quem recebe o benefício, o voto em Lula caiu de 58% para 47%, de março para abril, Bolsonaro subiu de 25% para 28% e os demais candidatos mantiveram-se em 15%. Eles representam outros 6% da pesquisa. Já entre os que não recebem o Auxílio Brasil, Lula marcou 40% nos dois levantamentos, Bolsonaro foi de 30% para 34% e os demais candidatos juntos passaram de 25% para 17%. Esse grupo representa 85% da população.
Se Jair Bolsonaro não foi o principal herdeiros desses votos, quem foi? A resposta, segundo o levantamento, é: ninguém. Entre os que recebem o Auxílio Brasil, o total de votos nulos, brancos e a opção por nenhum dos candidatos passou de 2% para 6%, entre março e abril, e entre os que moram com alguém que recebe o benefício, esse grupo foi de 1% para 8%. Entre os que não recebem, nem moram com quem recebe, esse total passou de 5% para 8%.