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Leonardo Sakamoto

REPORTAGEM

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Entrevista ao JN leva senador do PT a pedir impeachment de Bolsonaro

Reprodução/TV Globo
Imagem: Reprodução/TV Globo

Colunista do UOL

26/08/2022 13h14

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O líder da Minoria no Senado Federal, Jean Paul Prates (PT-RN), protocolou novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta (26), por ataque à credibilidade do sistema eleitoral brasileiro durante a entrevista que concedeu ao Jornal Nacional na última segunda.

O senador defende que Bolsonaro cometeu um crime de responsabilidade ao condicionar o respeito aos resultados das eleições. O presidente afirmou que concordará com o que as urnas disserem "desde que as eleições sejam limpas e transparentes".

Mas, ao contrário do que ele tem afirmado em suas críticas e ataques às urnas eletrônicas e ao Tribunal Superior Eleitoral, as eleições brasileiras são comprovadamente limpas e transparentes.

O senador destacou que o presidente também mentiu ao afirmar que o sistema de votação não é passível de auditoria dos resultados e citar como suposto exemplo as eleições de 2014, quando Aécio Neves perdeu para Dilma Rousseff. Na verdade, o sistema era auditável, tanto que passou por auditoria a pedido do PSDB e teve sua lisura confirmada.

Jean Paul Prates reclamou que Bolsonaro usou a entrevista, que alcançou 43 milhões de telespectadores, para mais uma vez atentar contra o sistema eleitoral. Para ele, a audiência foi utilizada "para transmitir notícias falsas à população, violando novamente o decoro compatível com o cargo de principal mandatário da nação".

Em sua avaliação, as afirmações "colocam em xeque o processo eleitoral que se avizinha".

Diz o pedido de impeachment protocolado que o presidente tenta utilizar o poder federal para "impedir a livre execução da lei eleitoral".

E afirma que, além de atentar contra a soberania popular, atacando o exercício dos direitos políticos previstos na Constituição Federal e na legislação eleitoral, as declarações de Bolsonaro ao Jornal Nacional também configuram violação da probidade na administração, rebaixando a função pública que exerce em função do voto.

A coluna não conseguiu uma posição do governo sobre o pedido até a publicação desta coluna. Ela será atualizada assim que ela for recebida.