Com a prisão de Collor, STF limpa o terreno para a de Bolsonaro
Ler resumo da notícia

A prisão, nesta sexta, do ex-presidente Collor, condenado pelo Supremo Tribunal Federal, em maio de 2023, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, abre caminho para a do também ex-presidente Bolsonaro, réu em um processo por golpe de Estado, entre outros crimes. Pois seria muito incômodo para a Justiça se Jair fosse condenado e tivesse a prisão decretada enquanto Fernando ainda estivesse livre, leve e solto.
A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, que negou os últimos recursos apresentados pela defesa. Ele recebeu R$ 20 milhões em propina de um esquema envolvendo a construtora UTC e a BR Distribuidora, entre 2010 e 2014, período em que era senador por Alagoas, ação que derivou da Lava Jato.
A defesa tentava reduzir a pena a uma quantidade de anos suficiente para gerar uma prescrição. Apesar da tese ser apoiada por quatro dos ministros do STF, ela não conseguiu prosperar, e o ex-presidente de 75 anos terá que cumprir oito anos e dez meses de xilindró.
Com isso, o tribunal também tenta estancar críticas de que estaria sendo leniente com acusados de corrupção. Após revelados os diálogos mostrando que o ex-juiz federal e hoje senador Sergio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato conspiraram pela condenação de Lula, julgamentos e provas contra ele foram anulados. Mas isso acabou sendo usado como justificativa para a anulação de casos envolvendo outros réus, jogando a criança fora com a água suja do banho.
Aliados de Jair citavam o caso de Collor, denunciado em agosto de 2015, condenado há quase dois anos e ainda livre, para criticar a velocidade do processo contra ele, que pode ser condenado ainda este ano. Avaliavam que seria injusto da parte do STF se o primeiro permanecesse solto enquanto o segundo fosse enviado à cadeia. Agora, esse problema parece resolvido.
Em tempo — Isso lembra um vídeo de um ato em Maceió em 2022:
O ex-presidente Fernando Collor em evento com Jair Bolsonaro em Maceió. pic.twitter.com/nzuabEGn66
-- Bruno Boghossian (@brunoboghossian) June 28, 2022