Gonet fala a pessoas próximas sobre julgamento de Bolsonaro: 'Imprevisível'
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, tem dito a pessoas próximas que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado, vai ser "imprevisível".
O STF (Supremo Tribunal Federal) começa a decidir amanhã se o ex-presidente deve virar réu. A expectativa em Brasília é que a denúncia seja aceita e ele passe a responder a uma ação penal.
Mas, segundo interlocutores do PGR, Gonet tem listado duas razões importantes para justificar que não é possível cravar o que vai acontecer durante o processo.
O entendimento de Gonet é que, apesar de a denúncia ter sido fatiada em cinco acusações, o conjunto do processo é complexo. Só a denúncia contra Bolsonaro conta com outros sete acusados.
Além do ex-presidente, integram esse grupo os ex-ministros Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Anderson Torres (Justiça), além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que à época era diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Todos negam as acusações e querem o arquivamento da denúncia.
A segunda razão apontada por Gonet é que os acusados contrataram bons defensores, em especial o próprio Bolsonaro e o general Braga Netto.
No começo do ano, o ex-presidente contratou o criminalista Celso Vilardi para liderar sua equipe de defesa. O movimento se deu semanas após o general Braga Netto chamar o criminalista José Luís de Oliveira Lima, conhecido como Juca, para ser seu advogado.
Ambos têm larga experiência no direito penal e tiveram clientes de peso na Operação Lava Jato. Juca também defendeu o ex-ministro petista José Dirceu no julgamento do mensalão no STF.
De acordo com interlocutores de Gonet, o procurador-geral estima que o processo será finalizado até dezembro.
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