Letícia Casado

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Reportagem

Estacionamento de aeronaves em Belém preocupa delegações da COP30

A hospedagem — ou a falta dela— não é o único entrave para algumas delegações fazerem o planejamento para a COP30, marcada para novembro, em Belém. Ao menos duas outras questões relacionadas à infraestrutura da cidade estão travando o planejamento das embaixadas: o estacionamento de aeronaves e o de navios.

É de praxe que o protocolo de segurança de chefe de Estado em viagens internacionais exija que a aeronave permaneça estacionada em local de rápido acesso enquanto o líder participa de um evento —caso, por exemplo, aconteça um imprevisto com sua saúde e ele precise retornar rapidamente para a casa.

Mais de cem chefes de Estado participaram da COP29 em Baku, no Azerbaijão, em 2024.

O aeroporto de Belém está sendo ampliado para aumentar o espaço de estacionamento de aeronaves. Aeroportos de outras cidades serão usados como estacionamento de jatos privados. Ainda assim, integrantes das delegações dizem que não está claro se haverá local para manter as aeronaves dos líderes próximas ao evento.

A organização da COP30 não informou qual a capacidade do aeroporto de Belém para manter aeronaves estacionadas durante a visita.

A falta de local para atracar navios também é outro ponto que está provocando atrasos no planejamento.

Uma fonte do governo brasileiro diz que China e Estados Unidos pretendiam trazer transatlânticos com equipamentos que vão de carro a água potável, mas que os países foram informados de que não seria possível, porque não haveria como deixar o navio atracado em Belém.

A China, inclusive, queria enviar cerca de mil pessoas no total —número semelhante ao enviado no G20 em 2024—, mas estaria refazendo os planos pela dificuldade logística.

Ainda que os chefes de Estado desses países não participem da COP30, os governos devem enviar as delegações. O chinês Xi Jinping deve vir ao Brasil em julho para a cúpula dos Brics, e o norte-americano Donald Trump é contra organizações multilaterais e contra iniciativas que tratem da mitigação do aquecimento global.

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Além deles, o russo Vladimir Putin deve se ausentar porque há contra ele um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional.

As embaixadas oficialmente não comentam o assunto.

Após a publicação da reportagem, a organização da COP30 confirmou que as vagas de estacionamento para aeronaves em Belém "não serão suficientes para atender à demanda estimada de aeronaves que precisarão pernoitar durante os dias da cúpula dos líderes". A solução se dará por meio de um plano para o estacionamento em aeródromos próximos à capital do Pará.

Segundo a organização do evento, a expectativa é que entre 100 e 140 líderes participem da cúpula, sendo que de 100 a 120 desses chefes de Estado utilizarão aeronaves próprias.

Sobre os navios, a organização informa haver capacidade para quatri navios atracados e dois fundeados em Belém. "Em Outeiro, teremos dois navios de hospedagem atracados."

A organização da COP30 afirma não ter recebido demandas de delegações sobre estacionamento de aeronaves e tampouco sobre o envio de navios.

Reportagem

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