Letícia Casado

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Reportagem

Para centrão, frente ampla da direita sem Bolsonaro vai naufragar

A frente ampla de pré-candidatos da direita em torno de apenas um nome para concorrer à Presidência em 2026 e sem o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem chance praticamente nula de prosperar, avalia um cacique do centrão.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) tem defendido que os postulantes ao cargo se unam em torno de um único nome contra Lula (PT) ou outro representante da esquerda para fazer uma campanha forte. Neste domingo, a publicação de um artigo sobre a articulação do ex-presidente revoltou bolsonaristas. Ontem, Temer disse que a eleição de 2026 deve ser pautada por uma disputa por projetos, e não por nomes.

A ideia reside em os candidatos da direita formularem, juntos, um programa de governo para só depois decidirem quem vai ser o representante do grupo. Ou seja, todos teriam que desistir para apenas um concorrer.

Entrariam nesse grupo os governadores Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, por exemplo.

Mas vários pontos pesam contra o discurso de Temer. Em primeiro lugar, o ex-presidente não tem força para articular uma frente da direita sem Bolsonaro.

Entre deputados e senadores, é praticamente um consenso que Bolsonaro dará o aval para o candidato da direita.

Em segundo lugar, os partidos não teriam motivo para retirar candidatura, uma vez que todos os pré-candidatos estão mais ou menos no mesmo patamar nas pesquisas de intenção de votos.

Um líder partidário afirma que o único nome de consenso para que os outros desistam é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Um outro ponto está na federação entre União Brasil e Progressistas, uma superaliança do centrão comandada por Ciro Nogueira e Antônio Rueda, que são próximos da família Bolsonaro —Ciro foi ministro da Casa Civil e Rueda tem proximidade com Flávio e Eduardo, filhos do ex-presidente.

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A aliança representa cerca de 20% do total de parlamentares na Câmara e no Senado, o que faz dela a maior força política do país.

"Mas nenhum partido grande vai fechar com MDB [partido de Temer] em detrimento do Jair", resume um líder partidário.

Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a frente ampla. Ele tem insistido que será candidato em 2026, apesar de estar impedido de concorrer por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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