Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Jair Bolsonaro queria a nossa morte
Jair Bolsonaro queria nos matar. Ainda quer, mas com a intensificação da vacinação sua compulsão pela morte deve se desviar para outros meios. A pandemia tende a diminuir paulatinamente a macabra média diária de mortos. Mas Bolsonaro é insaciável. Logo vai encontrar algum móvel de luta política para recolocar como principal objetivo de sua ação criminosa o desejo mórbido de assassinar os brasileiros.
Toda a sua ação na pandemia teve como companhia o anjo da morte. Lutou com afinco para impedir a vacinação, a principal alternativa para impedir a circulação do vírus. Criou inúmeros obstáculos. Determinou ao Ministério da Saúde que não recebesse os emissários da Pfizer. Na CPI, o CEO da empresa apresentou comprovações de mais de uma dezena de tentativas para ser recebido no ministério - que tinha se transmudado: da Saúde para ministério do genocídio.
O atraso na compra e para o início da vacinação levou à morte milhares de brasileiros, para satisfação de Bolsonaro. Seu plano estava dando certo. Precisava saborear a cada dia a notícia de que estava aumentando o número de contaminados e mais ainda: estava crescendo exponencialmente o número de mortos. O Brasil poderia estar vacinando desde dezembro do ano passado - seria o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação em massa. Mas Bolsonaro não poderia admitir que vidas fossem salvas. Era contra seu plano mórbido.
Espalhou diariamente que a imunização de rebanho seria o remédio eficaz contra o vírus. Quanto mais contaminados, melhor. Usou de todo o aparato governamental para produzir e divulgar em larga escala as fake news. E nisso contou com o apoio entusiástico - comprado a peso de ouro, registre-se - dos meios de comunicação de massa, especialmente dos concessionários de rádio e televisão.
Dissertou, com o apoio dos doutores Mengeles brasileiros, que havia remédios eficazes para o tratamento da covid-19, isso quando os principais centros de pesquisa médica no mundo diziam o contrário. Existia um consenso de que no momento da pandemia não havia nenhuma alternativa a não ser as restrições de circulação, a utilização de máscara, álcool gel, entre outras medidas. Tudo isso enquanto não fosse desenvolvida as vacinas.
Mas Bolsonaro precisava da morte para viver. O sangue de milhares de brasileiros era o seu alimento diário. Atacou o uso de máscaras, fomentou aglomerações, desprezou as recomendações da OMS e espalhou mentiras sobre as vacinas. Chegou até a comemorar a morte de um participante de uma das fases experimentais da Coronavac - que não tinha qualquer ligação com a vacina, tinha se suicidado.
Contudo, para Jair Bolsonaro a batalha pela morte continuava. Fez de tudo um pouco para que brasileiros fossem para o matadouro da pandemia. Contou com a complacência bovina de boa parte da população, que, sem tradição histórica de resistência, acabou aceitando passivamente a ação criminosa do Presidente da República.
Poucos foram os atores políticos que enfrentaram a ação perversa de Bolsonaro. Se hoje temos boa parte da população vacinada e a retomada da atividade econômica, não podemos esquecer que o país tem uma dívida para com aqueles que enfrentaram o anjo da morte e adotaram as medidas necessárias que garantiram a vida de milhões de brasileiros.
Jair Bolsonaro é um homicida. Desejou a nossa morte. Fez de tudo para impor como política de Estado o extermínio de milhares de brasileiros. Riu dos que morreram. Chegou a imitar os que não conseguiam mais respirar. E o Brasil - doente pela ausência de uma ira cívica - assistiu à maior tragédia sanitária da nossa história.
O mínimo que se espera é justiça. Não é possível passar o pano e esquecer mais de 600 mil famílias destruídas pela ação criminosa, planejada, pelo assassino que ocupa a Presidência da República.
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